Esta cerveja especial é fabricada dentro de um mosteiro Trapista, mais precisamente na abadia de Orval. A Ordem Trapista (Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância) é uma congregação religiosa católica que segue a regra beneditina, cujos preceitos são de obediência, silêncio, pobreza e humildade, dividindo o tempo de vida monástica entre o trabalho, o estudo e a meditação. Uma das atividades dos monges Trapistas é a fabricação de produtos destinados à venda para o sustento das abadias. O produto mais conhecido destas abadias é a cerveja. Hoje existem 6 abadias produzindo as seguintes cervejas na Bélgica: Achel (St. Benedictus Abdij Achel), Chimay (Abbaye de Scourmont), Orval (Abbey d'Orval), Rochefort (Abbey St. Remy Rochefort), Westmalle (Abidj Westmalle) e Westvleteren (Abdij St. Sixtus), além das cervejas La Trappe da Abdij Koningshoeven, a única localizada na Holanda. As cervejas trapistas são conhecidas pela sua qualidade e são refermentadas na garrafa, evoluindo com o tempo. Hoje, na maioria dos rankings cervejeiros uma cerveja trapista é considerada a melhor do mundo, a Westvleteren 12 produzida em St. Sixtus.
A história da Abadia de Orval inicia por volta do ano de 1070, quando monges do sul da Itália chegaram na região e iniciaram a construção de uma capela e do mosteiro, o que durou 40 anos. Durante um longo período a Abadia foi destruída inúmeras vezes sendo a última delas em 1793 durante a revolução francesa, quando as forças francesas queimaram a abadia em retaliação à hospitalidade dos monges com as tropas austríacas, dissolvendo a comunidade. Em 1887, a família Harenne comprou as terras e as ruínas da abadia e doou as terras à Ordem dos Cistercienses em 1926 para que a vida monástica voltasse ao seu local de origem em Orval. Albert Van Der Cruysen liderou a reconstrução da abadia perto das ruínas da antiga estrutura. Em 1931 foi iniciada a atividade de fabricação de cerveja na abadia com o objetivo de arrecadar fundos para a reconstrução, sendo que a primeira leva saiu no ano de 1932. Henri Vaes foi o arquiteto na reconstrução, que terminou no ano de 1947, e também foi responsável pelo desenho da taça da cerveja Orval.
Existe uma lenda sobre a fundação da abadia de Orval. Nesta lenda, a viúva Mathilda de Tuscany acidentalmente deixou sua aliança cair em uma fonte. Ela rezou e uma truta apareceu na superfície da fonte com sua aliança na boca. Mathilda exclamou que aquele era realmente um Val d'Or, vale de ouro em francês, daí o nome para a abadia. Em gratidão Mathilda ajudou com recursos na construção do mosteiro. A fonte existe até hoje e a truta com o anel na boca é o elemento principal do rótulo da cerveja.
Orval - Belgian Pale Ale, Ale, 6,2%ABV, garrafa 330ml.
Cor: Cobre escura, turva, presença de sedimentos.
Espuma: Alta formação e média duração, de cor bege, boa consistência, deixando marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, melaço de cana, fermento, fenólico (medicinal), condimentado, cravo.
Paladar: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, fermento, acidez (azedo), cítrico, bom amargor final com média duração, seca, bom corpo.
Sala de brassagem na cervejaria em Orval. Foto Danny Van Tricht.
Lúpulo em saco de nylon adicionado durante dry-hopping da Orval. Foto Danny Van Tricht.
A história da Abadia de Orval inicia por volta do ano de 1070, quando monges do sul da Itália chegaram na região e iniciaram a construção de uma capela e do mosteiro, o que durou 40 anos. Durante um longo período a Abadia foi destruída inúmeras vezes sendo a última delas em 1793 durante a revolução francesa, quando as forças francesas queimaram a abadia em retaliação à hospitalidade dos monges com as tropas austríacas, dissolvendo a comunidade. Em 1887, a família Harenne comprou as terras e as ruínas da abadia e doou as terras à Ordem dos Cistercienses em 1926 para que a vida monástica voltasse ao seu local de origem em Orval. Albert Van Der Cruysen liderou a reconstrução da abadia perto das ruínas da antiga estrutura. Em 1931 foi iniciada a atividade de fabricação de cerveja na abadia com o objetivo de arrecadar fundos para a reconstrução, sendo que a primeira leva saiu no ano de 1932. Henri Vaes foi o arquiteto na reconstrução, que terminou no ano de 1947, e também foi responsável pelo desenho da taça da cerveja Orval.
Existe uma lenda sobre a fundação da abadia de Orval. Nesta lenda, a viúva Mathilda de Tuscany acidentalmente deixou sua aliança cair em uma fonte. Ela rezou e uma truta apareceu na superfície da fonte com sua aliança na boca. Mathilda exclamou que aquele era realmente um Val d'Or, vale de ouro em francês, daí o nome para a abadia. Em gratidão Mathilda ajudou com recursos na construção do mosteiro. A fonte existe até hoje e a truta com o anel na boca é o elemento principal do rótulo da cerveja.
Orval - Belgian Pale Ale, Ale, 6,2%ABV, garrafa 330ml.
Cor: Cobre escura, turva, presença de sedimentos.
Espuma: Alta formação e média duração, de cor bege, boa consistência, deixando marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, melaço de cana, fermento, fenólico (medicinal), condimentado, cravo.
Paladar: Malte, doce, lúpulo, caramelo, toffee, fermento, acidez (azedo), cítrico, bom amargor final com média duração, seca, bom corpo.
Excelente cerveja. Nunca havia provado nada igual. O aroma é predominantemente doce, com boa presença de lúpulo e um fenólico bem diferentem lembrando até remédio. Algumas pessoas descrevem este fenólico como se lembrasse o aroma de sela de cavalo (horse blanket) . Ele é resultado da adição de microorganismos selvagens na fermentação da cerveja, o bretanomyces, mesmo presente em cervejas lambics. O sabor azedo da Orval também é devido à presença de bretanomyces, lembrando algumas lambics mais uma vez. O azedo costuma dividir opiniões. Alguns gostam e outros não. Eu gosto muito e por isso considero a Orval uma cerveja bem complexa e agradável.
A Orval ainda passa pelo processo de dry-hopping, onde o lúpulo é adicionado fresco durante a fase de maturação da cerveja melhorando o aroma e o sabor de lúpulo. Especialistas dizem que uma Orval somente deve ser aberta depois de pelo menos 6 meses de fabricação. Antes disso, o lúpulo ainda está muito forte nela, escondendo os aromas e sabores diversos presentes nesta cerveja. Após seis meses, o lúpulo desaparece um pouco e o bretanomyces, ainda vivo na garrafa, teve opotunidade de trabalhar melhor uma segunda fermentação deixando a cerveja mais complexa.
Lúpulo em saco de nylon adicionado durante dry-hopping da Orval. Foto Danny Van Tricht.
3 comentários:
O processo de dry hopping não adiciona amaargor à cerveja, apenas aroma. O amargor é obtido com a fervura do lúpulo!
Anônimo,
Já modifiquei o texto. Realmente o dry hopping melhora o padrão de aroma e sabor de lúpulo sem adicionar amargor, que só aumenta com a fervura, responsável por extrair os óleos do lúpulo.
Obrigado pela ajuda.
Amigo, sua afirmação mesmo a época de feita não compactua com os estudos modernos, pois Dry Hopping adiciona sim amargor a cerveja, basta fazer um teste simples ponha um Pelletier de lúpulo na boca e sentirá o gosto amargo e não tem isomerização de alfa ácidos nesta ação e o amargor está presente, portanto você está equivocado....
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