01 fevereiro 2009

Gulden Draak e a história do dragão dourado



Esta é mais uma cerveja da Brouwerij Van Steenberge e também é refermentada na garrafa assim como outras produções desta cervejaria belga.

O nome Gulden Draak significa dragão dourado e foi inspirado na estátua de um dragão dourado que fica no alto da torre do relógio e campanário na cidade de Ghent. Originalmente a estátua foi um presente do rei norueguês Sigrid Magnusson para o Imperador de Constantinopla, hoje Instambul na Turquia, durante a cruzada de 1111. As influências escandinavas são claramente percebidas na estátua, pois o dragão tem o formato de um navio Viking. Aproximadamente um século depois, em outra cruzada, Boudewijn IX, conde de Flandres, se tornou Imperador de Constantinopla e gostou tanto da estátua que a enviou para sua cidade Biervliet, uma vila ao norte de Ghent. O interessante é que o nome Biervliet significa fluxo de cerveja. No ano de 1382, as cidades de Bruges e Ghent travaram uma batalha por esta estátua e desde esta época ela não saiu mais de Ghent.

Torre do relógio e campanário de Ghent.


Estátua do dragão dourado no topo.

No Reino Unido eles costumam classificá-la como uma Dark Barley Wine , mas seu estilo é o Belgian Dark Strong Ale, um dos meus prediletos pela sua riqueza e complexidade. E é exatamente assim que a Gulden Draak se revela na degustação. Deliciosa! Justificando os prêmios que já conquistou, entre eles:
Melhor cerveja no Holland International Beer Festival (1995).
Medalha de Prata entre Dark Ales no The California Microbrew Beer Festival (1995).
Medalha de Prata no International Beer Competition de Chicago (1996).
Melhor cerveja do mundo pelo American Tasting Intitute (1998).


Gulden Draak - Belgian Dark Strong Ale, Ale, 10.5%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marron escura, turva.
Espuma: Alta formação e duração, cor bege e ótima consistência, deixando marcas no copo.
Aroma: Malte, doce, fermento belga, frutas escuras (ameixa, passas), torrado, caramelo, toffee, chocolate, picante, álcool.
Paladar: Malte, doce, fermento belga, frutas escuras (ameixa, passas), torrado, caramelo, toffee, chocolate, picante, álcool, amargor, final doce e picante, ótimo corpo.

Ótima cerveja. Perigosa. Fácil de tomar e com uma potência alcoólica de 10,5%. O corpo é execelente, licoroso. A espuma é linda e duradoura. O que melhor se destaca nesta cerveja é a complexidade, com aromas e sabores equilibrados e fáceis de serem notados. Ela possui um caráter marcante em todos os sentidos: bem maltada, bem frutada, bem fenólica e bem alcoólica. O álcool, apesar de ser bem presente, não agride em momento algum. Uma cerveja que vale cada centavo investido. Sou suspeito ao falar, pois é o estilo que mais me agrada.

Leia mais sobre a história da cervejaria Van Steenberge e a degustação da cerveja Piraat clicando aqui.

8 comentários:

Jean disse...

Prezado Rodrigo,

Parabéns, mais uma vez, pelas excelentes postagens sobre as duas cervejas da Van Steenberge.

Um abraço,

Jean Claudi.

Toulouse Lautrec disse...

Estimado Rodrigo:

Gracias por la visita a nuestro blog y felicidades por el tuyo, tenes cervezas muy interesantes.

Un abrazo desde Paraguay

Cesar Adames disse...

Rodrigo
Parabens pelo blog. E bom poder ler opiniões inteligentes sobre as cervejas.
Abraço
Cesar

Rodrigo Campos disse...

Jean,
Agradeço mais uma vez os elogios. Você está sempre por aqui e isso me deixa muito feliz pois acredito que estou no caminho certo.
Grande abraço.

Toulouse Lautrec,
Sempre que possível vou acompanhar o seu blog. Também vou sempre me esforçar para continuar a colocar cervejas interessantes apesar da dificuldade que tenho de conseguir algumas delas. Moro em Fortaleza, no Nordeste brasileiro e por aqui a cultura cervejeira ainda está embrionária. Espero que isso mude algum dia e não tenha que pagar tão caro pelo transporte das cervejas dos grandes centros para cá.
Um abraço.

Cesar, Fico feliz pelo seu reconhecimento. Assim como disse para o Jean, é esse feed back que me dá pistas se estou no caminho certo. Agradeço sua visita.

Grande abraço.

Anônimo disse...

Rodrigo,

Não pense que é só no Nordeste que a cultura cervejeira está embrionária. Aqui em Sampa não é muito diferente. Dos meus amigos, o que está mais "evoluído" acha a Norteña o supra-sumo das cervejas, e olha que o cara não ganha mal. Pelo menos já é um começo a pessoa descobrir que o mundo da cerveja vai muito além da lavagem cerebral das grandes marcas, baratas, estupidamente geladas e com inúmeros apelos de marketing pra garantir a popularidade e as vendas...

Abraço!

talespf disse...

fala rodrigão!!
rapaz, tô vendo q o blog tá ficando famoso, hehe... parabéns!!!
vc, como sempre, se dedicando muito em tudo o q faz.
eu visito o teu blog só pra ficar com água na boca com essas cervejas belíssimas, que devem ser tão saborosas quanto são visualmente atraentes.
qualquer dia bora marcar mais uma sessãozinha de degustação?
abração, meu velho!!

Jean disse...

Prezado Rodrigo,

Concordo com o Claudinei, a cultura cervejeira é embrionária em todo o país. A cultura da grande massa ainda está muito longe de ser mudada.
Acho bem interessante, fazer parte deste momento, que é histórico, não acha?

Um abraço,

Jean Claudi.

Rodrigo Campos disse...

Claudinei e Jean,
Concordo com vocês que a grande massa realmente consome cervejas com menos sabor e caráter, mas esta é uma realidade não somente no Brasil, mas também em países com grande cultura cervejeira como Bélgica, Alemanha, Inglaterra e EUA. As lagers refrescantes dominam o mercados de cerveja no mundo inteiro. O que considero mais complicado no Nordeste brasileiro é o acesso a boas cervejas. Estando em São Paulo, se você quiser consumir boas cervejas basta escolher o local.

Grande Tales.
Com certeza seria bom marcar uma nova degustação. Entra em contato.

Grande abraço a todos.

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