11 outubro 2010

Malheur 10 e 12



O fundador desta família de fabricantes de cerveja foi Balthazar Landtsheer, que nasceu em 1773 em Baasrode e fundou a cervejaria De Halve Maan, ou meia lua em neerlandês. Seu filho Eduard Landtsheer, nascido em 1808, assumiu o comando e também foi prefeito de Baasrode.

Seu neto Emmanuel asumiu em 1839, na cervejaria dentro da fazenda da família, 't Meuleke Baasrode ao sul da De Halve Maan. Ele mudou o nome para Cervejaria De Zon, ou o sol em neerlandês, pois a casa era de cor amarela. A cervejaria foi tão bem sucedida que a fazenda foi fechada com o tempo e fabricação da cerveja se tornou a principal atividade.

Durante a II Grande Guerra, a fabricação de cerveja foi interrompida. Emmanuel Landtsheer passou de cervejeiro a vendedor de cerveja em garrafas, especialmente uma cerveja lager popular na época e que ele não poderia produzir em sua fábrica de cerveja. Ele se tornou importador e revendedor de cerveja Pilsner Urquell e da Westmalle. 

Em agosto de 1997, a antiga cervejaria da família De Landtsheer foi reativada em Buggenhout. Manu Landtsheer, neto e homônimo de Emmanuel Landtsheer, construiu uma nova cervejaria com tecnologia moderna no antigo local da cervejaria da sua família.

Apesar do pouco tempo de existência, a cervejaria Malheur já é bem respeitada pela qualidade de suas produções. Eles fabricam as cervejas Malheur 6, 8 10 e 12, onde os números correspondem ao teor alcoólico de cada cerveja, além de três cervejas fabricadas através do método champenoise, entre elas a única escura da qual tenho conhecimento, a Malheur Dark Brut. A Importadora Tarantino está trazendo para o Brasil algumas dessas cervejas: Malheur 10, 12, Brut e Dark Brut. Neste post vou descrever minhas impressões sobre as duas primeiras.

Malheur significa pouca sorte ou infortúnio. Apesar do nome ter significado bem estranho, já que não acredito que nenhuma empresa queira ter esta característica, ele foi fruto de uma pesquisa de mercado. Ainda segundo Manu, este é um nome de duplo sentido, com uma pitada de bom humor e fácil de memorizar, o que é bom do ponto de vista comercial.


Malheur 10 - Belgian Strong Golden Ale, 10%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Âmbar clara, turva.
Espuma: Altíssima formação e duração, cor marfim clara, de bolhas bem pequenas, extremamente consistente, belíssima, deixa muitas marcas.
Aroma: Malte, adocicado, mel, frutado intenso (laranja, damasco), baunilha, sem. coentro (?), condimentado, herbáceo.
Paladar: Malte, doce, mel, frutado (laranja, damasco), fenólico, picante, álcool, amargor final, bom corpo, alta carbonatação.

Ótima cerveja. Muito aromática, intensamente frutada no aroma e picante no sabor. Álcool bem presente no paladar, esquentando a boca. Cerveja bem potente que pode até mesmo lembrar uma Tripel.


Malheur 12 - Belgiam Dark Strong Ale, 12%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marrom, reflexos alaranjados, levemente turva.
Espuma: Boa formação e baixa duração de espuma, de cor bege.
Aroma: Fenólico, picante, condimentado, malte, doce, caramelo, toffee, frutado (passas).
Paladar: Malte, doce, caramelo, toffee, fenólico, condimentado, frutado (passas, ameixa), picante, álcool, final doce, picante e alcoólico, leve amargor, bom corpo, ata carbonatação.

Boa cerveja. Perfil mais adocicado e muito fenólica. O fenólico aparece bem forte no início com toques condimentados e picantes, mas depois se equilibra com o restante do conjunto. O álcool é bem evidente e esquenta o corpo. A carbonatação também é bem evidente.

8 comentários:

Eduardo Deleuze disse...

Las cervezas Belgas son de mis preferidas, lamentablemente en Argentina tenemos pocas cervezas importadas.

Saludos Rodrigo!

  disse...

Graaaaande Rodrigo, voltou com tudo!

Você poderia fazer parte do Fórum Brejas, o que acha da idéia?

Abraço.

Rodrigo Campos disse...

Eduardo, também adoro as belgas, mas não sei se tenho uma escola preferida hoje. Vivo mudando de opinião. Todas são muito boas, mas destaco inglesas e belgas na minha opinião.

Realmente vocês tem menor variedade de importadas por aí. Em compensação os preços são bem menores. Aqui a carga tributária é pesadíssima!

Rodrigo Campos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Campos disse...

Oi Claudinei,

Tem muita informação guardada desde o começo do ano. Não sei como vou colocar tudo no blog.

Fica difícil para mim atualizar meu blog com frequência. Imagine então se eu for participar de todos os fóruns e sites sobre cerveja. Mas sempre tento dar uma olhadinha em tudo para me manter informado.

Um abraço.

Manzapivo disse...

Viva!! Voltou a escrever no blog. Bem-vindo novamente.

Rodrigo Campos disse...

Obrigado Jorge Mario (MANZAPIVO),

Um abraço.

Anônimo disse...

Pero yo estava en lá Patagônia y há encontrado una belga de Abadia. En El Calafate. Una cerveza que hay aqui en Brasil

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