06 setembro 2012

Delirium Red



A Delirum Tremens é uma cerveja já bem conhecida no Brasil pelo publico que consome cervejas especiais. Ela com certeza é o produto de maior sucesso da cervejaria belga Huyghe. A garrafa pintada imitando cerâmica e o charmoso elefante cor de rosa com certeza são um tiro certeiro do marketing da cervejaria. 

Um dos últimos rótulos lançados pela cervejaria foi a Delirum Red, uma cerveja frutada da linha Delirium que usa cerejas, suco de cerejas e suco do fruto do sabugueiro, mas também é adoçada e flavorizada artificialmente. A cerveja foi lançada ainda no início de 2011 mas somente agora está chegando no Brasil. Essa aqui foi comprada em Bruxelas mesmo e provada alguns meses antes de chegar no Brasil.


Delirium Red - Fruit Beer, 8.5% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Vermelha escura, refllexos rosados, límpida.
Espuma: Boa formação, média duração, cor rosa clara.
Aroma: Frutas vermelhas, cerejas, adocicado, leve caramelo, levíssimo fenólico, leve álcool.
Paladar: Frutas vermelhas, cerejas, doce intenso, leve caramelo, levíssimo fenólico, condimentado, leve álcool, levíssimo amargor, final adocicado, leve acidez, levemente seca, corpo médio.


Cerveja frutada que leva na realidade suco de frutas. A adição de suco de frutas é comum entre as cervejas de frutas mais comerciais na Bélgica. A Deliruim Red tem características muito próximas de outras fruit beer belgas, como um sabor intenso de frutas vermelhas/cerejas e um adocicado bem presente. Ela fica mais próxima das Fruit Lambics comerciais belgas do que das outras cervejas frutadas produzidas pela Huyghe, as Floris. Ela apresenta um pouco de fenólico condimentado devido provavelmente ao uso da mesma levedura usada nas versões mais conhecidas da cervejaria, Tremens e Nocturnum, e pouco comum em cervejas desse estilo. Outro aspecto diferente é o teor alcoólico relativamente alto para uma fruit beer na Bélgica. Curiosamente é o mesmo teor alcoólico das outras Delirium. Fica a dúvida se a Red teve como receita base alguma das Delirium mais tradicionais. 

04 setembro 2012

Mikkeller 1000 IBU



A Mikkeller é considerada pelos aficionados a melhor cervejaria da Dinamarca. Há somente 12 anos, Mikkel Borg, o fundador da Mikkeller, não conhecia quase nada sobre cerveja. Depois de trabalhar em um bar e conhecer alguns estilos diferentes ele se interessou pelo homebrewing. Junto com um amigo de infância ele começou a fazer cerveja em casa. Essas cervejas fizeram sucesso por uns 2 anos até que em 2006 eles fundaram a Mikkeller. Um das primeiras cervejas deles a fazer sucesso mundial foi a Beer Geek Breakfast, uma Oatmeal Stout com café, quando foi escolhida a melhor Stout no site Rate Beer.

A Mikkeller é chamada de cervejaria cigana. Não existe uma cervejaria física da ainda nova mas já famosa marca de cerveja dinamarquesa. As cervejas são feitas em cervejarias de vários países, como Noruega, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos. Hoje a maioria das cervejas são feitas na cervejaria belga De Proeuf mas existem inúmeras receitas feitas em colaboração com cervejarias famosas entre os beer geeks, como Struise, Three Floyds e Stone. O local para conhecer melhor as cervejas da marca é o bar oficial que fica em Copenhagem.


Quando estive em Amsterdan, pude encontrar a cerveja título desse post, a Mikkeler 1000 IBU, uma Imperial IPA. O IBU (International Bitterness Units) é uma unidade de medida de amargor. As cervejas comerciais mais consumidas no Brasil possuem cerca de 10 IBU, enquanto uma IPA regular possui entre 40 a 70 IBU e uma Imperial IPA geralmente tem até 120 IBU. Apesar de possuir declarados 1000 IBU, essa cerveja não chega a ser tão mais amarga que outras Imperial IPA com bem menos pontos na escala de amargor. Acima de 100 IBU passa a ser difícil perceber diferenças no amargor. Além disso, uma cerveja que possui 100 IBU pode ser mais amarga que uma de 1000 IBU pois a carga de malte e portanto de dulçor residual na cerveja pode afetar a percepção do amargor. 

A chegada ao mercado brasileiro das cervejas da Mikkeller já foi anunciada. Mikkel Borg inclusive está no Brasil desde a semana passada para participar de eventos e promover suas cervejas Não sei se a 1000 IBU está entre as cervejas que chegaram mas espero encontrá-las por preços interessantes.


Mikkeller 1000 IBU - Imperial India Pale Ale, 9.6% ABV, garrafa 375ml.

Cor: Âmbar escura, bem turva, grande depósito de sedimentos.
Espuma: Boa formação, média duração, cor bege, bem compacta, deixa marcas no copo.
Aroma: Lúpulo (herbáceo dominante, grama, mentolado, cítrico, grapefruit, frutas tropicais, pinheiro, maracujá), adocicado, forte caramelo, toffee.
Paladar: Amargor inicial, malte, adocicado intenso, caramelo, toffee, lúpulo (herbáceo predominante, picante, condimentado, cítrico, grapefruit, pinheiro), amargor intenso e duradouro, residual doce presente, bom corpo.


Ótima cerveja. Extrema mas com boa complexidade de lúpulo. Ao abrir a garrafa, o aroma de lúpulo herbáceo, lembrando grama, já dominou o ambiente. O amargor talvez seja o mais forte que já tive oportunidade de provar em uma cerveja. Ao esquentar, o adocicado do malte foi aparecendo cada vez mais, com toques intensos de caramelo e toffee. O aroma de lúpulo foi ficando cada vez mais complexo, mostrando notas de frutas cítricas (grapefruit) e tropicais (maracujá), apesar de que no sabor as notas herbáceas continuaram predominantes. O amargor foi ficando mais equilibrado e muito próximo de outras Imperial IPA que já provei.

28 junho 2012

Turismo Cervejeiro na Bélgica (Bruges) - Brouwerij De Halve Maan



A cervejaria De Halve Maan fica bem no centro de Bruges. Entre os pontos cervejeiros mais interessantes do centro, esse é o que fica mais distante do Grote Markt mas dá para fazer um belo passeio a pé para chegar até lá. Como a cidade é cheia de turistas, a cervejaria bem no centro acaba sendo um ponto bem visitado. A visitação dura quase uma hora e custa 6,50 Euros, incluindo a degustação das cervejas.


Como só passaria um dia na cidade e ainda tinha outros locais para conhecer, preferi não fazer a visita e me contentei em somente conhecer o restaurante anexo à cervejaria e provar as cervejas. Quando visitei a De Halve Maan, as cervejas deles não haviam chegado no Brasil mas hoje já é possível degustá-las por aqui.


Brugse Zot Blond - Belgian Blond Ale, 6% ABV, on tap.

Cor dourada/âmbar, levemente turva, malte, cereais, adocicado, leve caramelo, lúpulo herbáceo, frutado, leve amargor. Boa e fácil de beber.


Brugse Zot Brune - Belgian Dubbel, 7.5% ABV, on tap.

Cor marrom bem escura, leve turbidez, malte, leve torrefação, frutado (figo, ameixa), leve acidez, condimentado, leve amargor final com torrefação presente.

Boa cerveja. 


Straffe Hendrinck Tripel - Tripel, 9% ABV, garrafa 330ml.

Cor âmbar, leve turbidez, malte, adocicado, frutado (damasco, laranja), fenólico condimentado, lúpulo herbáceo, leve amargor, residual adocicado, levemente seca.

Ótima cerveja. Tripel mais adocicada e menos fenólica.


Straffe Hendrinck Quadrupel - Quadrupel (Belgian Specialty), 11% ABV, garrafa 330ml.

Cor marrom bem escura, malte, adocicado, caramelo, toffee, frutado (ameixa, passas), leve álcool, leve fenólico condimentado, picante, leve amargor, residual adocicado bem presente, levemente seca.

Muito boa.

22 junho 2012

Turismo Cervejeiro na Bélgica (Bruges) - Staminee de Garre


Entrada do Staminee de Garre.

Bruges é uma cidade linda. Suas ruelas, canais e a atmosfera medieval quase nos transportam através do tempo. Todo turista que vai à Bélgica, mesmo aqueles que não vão pela cerveja, querem visitar Bruges. Na maioria dos locais que visitei, a presença de visitantes não pareceu ser um problema para os locais. Em cidade turística a presença de visitantes significa também dinheiro, mas infelizmente em um local eu percebi que os turistas podem não ser bem vindos. O local em questão é um dos mais famosos entre os caçadores de cervejas, o Staminee de Garre.

 
Portão de entrada para o beco. 

Beco onde fica o Staminee de Garre.

Esse barzinho, minúsculo mesmo, fica escondido dentro de um beco. Não dá para dizer que alí tem um bar se você já não for sabendo disso. Não tive grandes dificuldades para encontrar mas minha pesquisa prévia utilizando o Street View do Google ajudou muito. 

O motivo dele ser famoso entre os amantes das cervejas é a Tripel de Garre, vendida somente on tap no local e eventualmente em garrafas de 1,5 litros. Fui somente para provar a dita Tripel mas ao fazer meu pedido só requisitei uma taça para mim e nada para minha acompanhante. Fui avisado da forma mais graciosa possível pela simpática garçonete de que não poderia ficar se minha acompanhante não bebesse nada. Como queria muito provar a Tripel de Garre fiz o pedido logo da segunda cerveja. Terminadas as duas cervejas fui conversar com o barman. Afirmei que entendia que eles não queriam uma pessoa ocupando uma cadeira sem consumir mas não precisavam tratar clientes daquela forma. Ele foi extremamente cordial e pediu desculpas mas veio novamente minha amiga afirmando que estava cansada de turistas atrapalhando o trabalho dela. Existe uma história de que eles servem no máximo três taças da De Garre por pessoas mas não fiquei para confirmar. 

A Tripel de Garré realmente é uma ótima cerveja mas existe um endeusamento dela pela dificuldade em encontrar. Com certeza já bebi outras Tripels tão boas ou melhores que ela. O Staminee de Garre tem um ambiente agradável e uma carta de cervejas não muito extensa. Toda cerveja servida vem acompanhada de uma porção de queijos em cubos. Não sei se tive azar e peguei minha amiga em um dia ruim. Quer conhecer o Staminee e a Tripel de Garre? Cuidado com o cão. 


Tripel de Garre - Belgian Tripel, 11.5% ABV, on tap.

Cerveja de cor âmbar, límpida, presença de malte, leve adociado, frutado lembrando laranja, lúpulo bem presente (herbáceo e cítrico). Aroma delicioso. A cerveja ao que parece é feita pela cervejaria Van Steenberge, mesma que faz as famosas Gulden Draak e Piraat. 

Cuvée des Trolls - Belgian Golden Strong Ale, 7% ABV, garrafa 250ml.

Cor âmbar bem clara, adocicado, fenólico condimentado, picante, leve álcool. Levíssimo amargor e residual doce bem presente. Não é das melhores Strong Golden Ales que já provei. A taça jateada é linda e ajuda na aparência do serviço.


18 junho 2012

Turismo Cervejeiro na Bélgica (Bruges) - Struise Beer Shop


A Bélgica é um país bem pequeno, do tamanho do estado do Ceará. Para quem visita o país, a cidade mais famosa e visitada com certeza é a capital, Bruxelas, mas uma boa idéia é passar pelo menos um dia em outras cidades, o famoso bate e volta, usando os trens que atravessam o país. Foi dessa forma que conheci Bruges, uma linda cidade medieval e que costuma estar abarrotada de turistas.

Falando de cerveja, Bruges tem alguns ótimo pontos para visitar e beber bons exemplares belgas. Um dos mais novos points cervejeiros da cidade é a Struise Beer Shop, a loja da que é considerada uma das melhores cervejarias da Bélgica. As cervejas da Struise são realmente fantásticas e encontrar uma loja onde você consegue encontrar todas as cervejas dessa pequena cervejaria é uma farra para qualquer amante de boas cervejas.


Além das cervejas de linha e as especiais engarrafadas, é possível encontrar na loja sempre umas 3 versões on tap. Os preços das cerveja da Struise não são os mais em conta na Bélgica, mas encontrar as cervejas deles não é tão fácil assim mesmo na Bélgica, por isso vale a pena gastar um pouco mais e provar algumas de suas criações. A loja fica escondida dentro de um pequeno centro comercial (Burg 15) bem próximo ao Grote Markt.


Aproveitei para provar as 3 cervejas que estavam disponíveis on tap:


Struise Westoek X - Belgian Tripel, 6% (On Tap).

Apesar do baixo teor alcoólico para uma Tripel, a cerveja é muito boa, bem frutada (laranja) e cítrica. Bem  leve e fácil de beber. Existe uma versão dela com maior teor alcoólico, a Westoek XX.


Struise Rosse - Amber Ale, 6% (On Tap).

Malte, um pouco de bretanomyces, couro, estábulo. Boa cerveja, refrescante.


Struise Kabert - Imperial Stout.

Resultado da mistura feita na hora entre 1/3 de Kate the Great (10.7%) on tap, com 2/3 de Black Albert (13%) na garrafa, ambas Imperial Stouts. Muito café, chocolate, torrefação e caramelo. Extrema, intensa e fácil de beber. Essa é uma amostra do que a Struise é capaz de fazer em termos de qualidade.

Como esse foi meu primeiro ponto para beber uma cerveja em Bruges, infelizmente tive que sair sem provar outras cervejas deles. Programei voltar ao final do dia mas não tive tempo. Uma pena, pois as cervejas da Struise realmente valeriam mais tempo.


23 abril 2012

Turismo Cervejeiro na Bélgica (Bruxelas) - Delirium Café



O Delirium Café fica localizado bem próximo da Grand Place, no centro de Bruxelas. Este bar é de propriedade dos mesmos donos da cervejaria Huyghe, produtora da famosa cerveja do elefante cor de rosa, a Delirium Tremens. O que tornou esse bar famoso foi sua impressionante carta com 2400 cervejas diferentes, a maior do mundo, merecendo até reconhecimento do Guinness Book. Em Bruxelas existem inúmeros locais para se beber uma boa cerveja e o Delirium Café se destaca mais pela variedade. Infelizmente lá não é o melhor ambiente para se degustar uma cerveja. O ambiente lembra mais uma balada. Cheio de jovens, música alta e casa quase sempre lotada não facilitam uma degustação atenciosa, mas pode ser uma boa opção se você quiser se divertir. O local vale uma visita e caso não encontre uma cerveja rara nos outros bares e lojas de Bruxelas, não deixe de procurar no Delirium.



Elefante de pelúcia vendido no local e a carta de cerveja.

Delirium Village.

Hoje o Delirium Café faz parte de um pequeno complexo, o Delirium Village, onde podem ser encontrados também outros bares. Além do Delirium Café podem ser visitados o Delirium Taphouse com 27 cervejas on tap; Delirium Monasterium com 100 cervejas de abadia e trapistas, sendo 10 on tap; o Delirium Hoppy Loft com cervejas mais amargas e intensas; o Floris Bar especializado em absinto (mais de 400) e uísques;  O Floris Garden com mais de 800 runs, cachaças, piscos e coquetéis e o Floris Tequila com mais de 500 diferentes. 


Delirium Tremens - Belgian Golden Strong Ale, 8.5%, Keg.

Não podia deixar de beber uma Delirium on tap no próprio bar da marca.


Vapeur Cochonne (Cochonnette) - Belgian Dark Strong Ale, 9%, garrafa 330ml.
Cerveja de cor cobre, levíssima turbidez, aroma e sabor mais maltado, frutado e condimentado. 

Cerveja boa mas sem grandes destaques. Ela é feita pela Brasserie a Vapeur, uma cervejaria pequena e bem artesanal que costuma usar ervas e temperos nas receitas. Residual mais adocicado. A Cochonnette leva sementes de coentro, casca de laranja e chicória. Da mesma cervejaria recomedo a Saison de Pipaix.

05 abril 2012

Chocolate harmoniza com cerveja?


Semana passada o Caderno Guia do Sabor do jornal Diário do Nordeste publicou matéria sobre harmonização de chocolate com cervejas. Infelizmente o espaço no caderno não foi suficiente para  todas as minhas dicas. Abaixo leia o texto completo, incluindo as cervejas encontradas em Fortaleza:


As pessoas não costumam pensar na harmonização de cerveja com chocolate. Mas também não adianta tentar harmonizar chocolate com as cervejas comuns que o brasileiro está mais acostumado a consumir. Com as cervejas certas a combinação pode ser uma prazerosa surpresa mesmo para quem diz não gostar de cerveja.

Cerveja e chocolate têm muitos pontos em comum. Ambos são fermentados. As sementes de cacau são fermentadas antes de passarem por processo de secagem e torra. Tradicionalmente no Brasil, cervejas escuras tem sua cor somente pela adição de corante. A mais conhecida delas é a Malzbier, uma cerveja muito doce, sem notas de torrefação e que parte de uma cerveja clara que pode não ter dado certo na fabrica. As cervejas escuras verdadeiras e tradicionais tem sua cor escura devido ao processo de torra dos grãos de cevada, mesmo processo usando nos grãos de cacau e café. Por isso cervejas que usam maltes escuros possuem sabores e aromas de torrefação que lembram café e chocolate. Existe até um tipo de malte usado pelas cervejarias que é chamado de malte chocolate. O último ponto em comum entre os dois é o balanço entre os sabores doce e amargo. O malte de cevada é naturalmente doce e essa doçura é balanceada pela adição do lúpulo que confere amargor. No chocolate a pasta de cacau feita com os grãos é amarga e esse amargor é balanceado pela adição de açúcar e leite em diferentes proporções. O chocolate amargo tem maior proporção enquanto o chocolate ao leite tem menor proporção de pasta de cacau. Existem até cervejas que tem chocolate na receita, que pode ser adicionado durante a fervura ou após a fermentação, aumentando ainda mais a percepção do ingrediente.

Existem princípios técnicos para a harmonização de bebidas com comidas. No caso da cerveja podemos seguir esses princípios. Os quatro mais importantes são semelhança, contraste, intensidade e carbonatação.

Semelhança: Existem sabores semelhantes entre cervejas e chocolates, ambos podem apresentar torrefação, café, caramelo, doce e amargo.

Contraste: Também existem sabores contrastantes entre cervejas e chocolates, como o doce de uma sobremesa com o amargo na cerveja. Existem cervejas ácidas que podem contrastar com o doce do chocolate.

Intensidade: Devemos procurar combinar chocolates mais intensos e ricos com cervejas mais intensas.

Carbonatação: O gás presente na cerveja permite limpar a língua e preparar o paladar para uma nova garfada, mesmo quando ingerimos alimentos gordurosos que cobrem a língua, como o chocolate.
Apesar de existirem princípios para guiar uma harmonização, na realidade não existe o certo e errado. Harmonizar com cervejas é um jogo de tentativa e erro prazeroso e divertido. Você pode descobrir as diferentes combinações que mais te agradem. Outras simplesmente não serão bem sucedidas.

Como degustar: Começar com uma mordida no chocolate, mastigar, deixar derreter na boca e tomar um gole da cerveja. Dar outra mordida no chocolate em seguida.


Chocolate amargo – A intensidade do chocolate amargo e meio amargo pede cervejas com perfil de torrefação mais intenso. Porters (Old Engine Oil, Meatime Coffee Porter, Meantime London Porter, Colorado Demoiselle) e Souts (Baden Baden Stout) combinam bem com chocolate amargo e meio amargo, mas uma Imperial Stout (Brooklyn Black Chocolate Stout), mais alcoólica e intensa vai combinar melhor com o chocolate com alto teor de cacau. Essa harmonização é a mais fácil e provavelmente mais prazerosa entre chocolate e cerveja.

Chocolate ao leite – O chocolate ao leite tem maior doçura e por isso vai combinar melhor com cervejas com menor intensidade de torrefação e mais adocicadas. Munich Dunkel e Schwarzbiers (Eisenbahn Dunkel), Belgian Dark Strong Ales (Chimay Bleue, Waterloo Double Dark 8) e Dubbels (Chimay Rouge, La Trappe Dubbel). Barley Wines (Brooklyn Monster Ale) e Old Ales (Ola Dubh) são cervejas mais adocicadas e alcoólicas e podem combinar com um chocolate ao leite de boa qualidade.

Chocolate branco – Essa é uma combinação menos óbvia, pois o chocolate branco não apresenta notas de torrefação. A tentativa é de harmonizar com as notas adocicadas do chocolate branco. Cervejas claras mais alcoólicas e adocicadas, como Belgian Strong Golden Ales (Brooklyn Local 1, Eisenbahn Strong Golden Ale) podem funcionar. Cervejas com frutas, como Fruit Lambics mais adocicadas (Boon Kriek), harmonizam por contraste entre a leve acidez da cerveja com o doce do chocolate.

Chocolate com frutas – Da mesma forma que encontramos chocolate com frutas, as cervejas com frutas podem brincar com o chocolate pelo mesmo princípio, tanto com o escuro como o branco.

Chocolate com laranja – Geralmente o chocolate usado nessas combinações é o de alto teor de cacau, portanto as cervejas que harmonizam com ele também o farão aqui. Imperial Stout, Stout e Porter.

Chocolate com passas – As Belgian Dark Strong Ales (Chimay Bleue, Waterloo Double Dark) e Dubbels (Chimay Rouge, La Trappe Dubbel) possuem notas adocicadas, de chocolate e de frutas escuras como ameixa e uva passa para harmonizar com o chocolate ao leite com frutas secas.

Chocolate com amêndoas – Bock, Doppel Bock (Paulaner Salvator) e Brown Ales (Brooklyn Brown Ale) possuem notas amendoadas e podem combinar com cervejas com castanhas e amêndoas em geral. As Brown Ales possuem também leves notas de chocolate, facilitando a harmonização por semelhança.

Para tortas, bolos, brownies e trufas de chocolate podemos seguir as regras anteriores, escolhendo a cerveja de acordo com a intensidade do chocolate encontrado em cada sobremesa.
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