10 março 2010

Turismo cervejeiro em Buenos Aires III - Cruzat Beer



Minha terceira parada no tour cervejeiro em Buenos Aires foi o bar Cruzat Beer. Este bar fica localizado dentro de uma bela galeria, o Paseo La Plaza, com entradas pela Rua Sarmiento, 1617 ou pela  av. Corrientes, 1660. O foco é a venda da bebida já gelada para consumo no local e por isso pode ser difícil conseguir comprar alguma em temperatura ambiente para levar para casa. Mesmo assim consegui encontrar algumas para também trazer para Fortaleza.

 Geladeira com cervejas artesanais da Argentina.

 Geladeira com cervejas importadas.

O Cruzat é um bar bonito, com uma decoração que lembra vagamente castelos medievais com suas paredes de pedra mas funciona como restaurante e Pub. Segundo eles mesmo lá está a maior disponibilidade de cervejas de toda a Argentina. Realmente a disponibilidade é grande e além das cervejas artesanais argentinas também é possível encontrar algumas cervejas importadas. Existem duas grandes geladeiras onde você pode escolher sua cerveja.

 Carta com cervejas disponíveis e preços.

Carta com cervejas importadas e preços.
Note que eles também servem Hidromel.

 A maioria das cervejas é vendida em garrafas, mas também é possível encontra mais de 10 cervejas serivdas como chope, ou "tiradas" como falam por lá. Infelizmente eles possuem problemas frequentes com essas "tiradas". Você corre o risco de receber seu chope em condições não muito boas, frequentemente contaminado. Foquei o consumo então nas garrafas. Por lá provei três cervejas diferentes: Kraken American Pale Ale, Montecristo Imperial Stout e El Bolsón Extra Negra de Invierno. Veja as impressões abaixo:

 

Kraken American Pale Ale Edición Especial - American Pale Ale, Ale, ABV desconhecido, garrafa 500ml.

Cor: Dourada, turva.
Espuma: Média formação e duração, cor branca.
Aroma: Lúpulo, malte, adocicado, mel.
Paladar: Lúpulo, malte, doce, mel, leve amargor, alta carbonatação, leve acidez.

Cerveja leve, sem grandes destaques. Para uma American Pale Ale mais fiel seria necessário utilizar variedades americanas de lúpulo, que puxam para o cítrico. Apesar de existir a produção de lúpulo cascade na Argentina, este não é o mesmo que é produzido nos EUA. Acredito que o uso de pouca variedades de lúpulo nas cervejas artesanais argentinas acaba produzindo padrões de aroma e sabor que se repetem muito.

  

El Bolsón Negra Extra de Invierno XXX -  Doppelbock, Lager, 8%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marrom escura, reflexos vermelho rubi, límpida.
Espuma: Boa formação, média/baixa duração, cor bege.
Aroma: Malte, doce, torrado, café, leve chocolate.
Paladar: Malte, doce, torrado, café, leve chocolate, leve acidez, leve amargor final, levemente seca.

Um pouco diferente de outras doppelbocks que já provei, puxando para um torrado mais forte e uma acidez presente também devido à torrefação dos maltes. Também poderia ser mais intensa já que o fabricante a classifica como Tripel Bock.

 

Montecristo Imperial Stout - Imperial Stout, Ale, 11% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Preta opaca.
Espuma: Boa formação, média duração, cor marrom escura, bolhas grandes.
Aroma: Malte, chocolate intenso, torrado intenso (mais para queimado), doce.
Paladar: Malte, chocolate intenso, torrado intenso (queimado), doce, álcool, acidez bem presente, bom corpo, densa, alta carbonatação, seca, final doce com amargor presente.

Boa cerveja. Bem intensa. O adjetivo Imperial, muito utilizado pelos americanos, serve para classificar versões extremas de estilos clássicos. Elas podem ser extremamente maltadas, lupuladas ou tudo ao mesmo tempo. Esta aqui é bem maltada e doce. Acredito que seria melhor se tivesse uma lupulagem mais assertiva, equilibrando os sabores. Também senti uma acidez proveniente da torrefação que estava mais presente do que seria desejável.

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