Esta cerveja foi a primeira empreitada dos integrantes da Biertruppe, que também foram responsáveis pela produção da Saint Nicholas, descrita em outro post que vocês podem ver clicando Aqui.
Ela surgiu do sonho do homebrewer Leonardo Botto de produzir uma Bohemian Pilsen. Seria uma Pilsen brasileira inspirada nas Lagers Tchecas. Ele chamou então o amigo Eduardo Passarelli para participar do projeto e o Alexandre Bazzo, da cervejaria Bamberg, para tornar o projeto viável.
Para quem ainda não sabe, estas cervejas produzidas por grandes cervejarias tanto no Brasil quanto em outros países, apesar de serem chamadas de Pilsen não possuem muita semelhança com as Pilsens tradicionais, a não ser pela cor. As cervejas Pilsen originais foram primeiramente produzidas durante o século 19 na cidade de Plzeň (Pilsen) na região oeste da Bohemia, na República Tcheca. Estas cervejas eram Lagers, de baixa fermentação, claras e límpidas, com presença bem marcante de malte e lúpulo, principalmente o do tipo Saaz, bem comum nesta região. O sucesso dessa cerveja foi muito grande, pois a maioria das cervejas produzidas na época eram escuras e turvas. A nova cerveja dourada, clara e brilhante, servida em copos de vidro para valorizar a aparência, despertou muita atenção. A mais famosa delas é a Pilsner Urquell, que existe desde 1842.
A Tcheca foi produzida somente uma vez, em julho de 2008, e até agora não há sinais de que será produzida novamente. Eu já não esperava conseguir degustá-la, mas felizmente meu irmão esteve em São Paulo durante este mês de janeiro e deu uma passadinha no Melograno, Forneria e Empório do nosso amigo e blogueiro Edu Passarelli, e pegou uma garrafa diretamente das mãos do Edu. Sorte minha.
Tcheca - Bohemian Pilsener, Lager, 5.4% ABV, garrafa 355 ml.
Cor: Dourada, límpida.
Espuma: Boa formação e média duração, cor branca, boa consistência, deixa marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, lúpulo, floral, cítrico.
Paladar: Malte, doce, lúpulo, cítrico, bom amargor final, persistente, bom corpo para o estilo, carbonatação na medida.
Ótima Bohemian Pilsener. Lúpulo bem destacado no aroma com toques florais e principalmente cítrico. Lúpulo também bem presente no sabor com belo amargor final e um toque cítrico. Tudo isso com uma boa dose de malte para balancear. Sem dúvida alguma das melhores Lagers que pude provar até hoje.
Mais uma vez devo parabenizar o pessoal da Biertruppe por esta bela cerveja, muito bem realizada. Não é por falta de pedidos que vocês não voltaram a produzí-la, mas só para reforçar o coro: "Não deixem de produzir a Tcheca!". Seria uma pena não poder contar com uma cerveja tão bem feita entre outras que já estão sendo produzidas em nosso país. Vamos divulgar a cultura da verdadeira cerveja!
A Tcheca possui um blog próprio, onde é possível ler toda a trajetória da sua produção, o Blog da Tcheca.
2 comentários:
Rodrigo,
Se voce gostou desta cerveja não deixe de tomar a cerveja Wälls pilsen aqui de Belo Horizonte. É uma Bohemian Pilsener tão boa (ou até melhor) do que a Tcheca. Inclusive tomei a Wälls ao lado da Urquell e é dificil falar qual é melhor...
Um abraço, continue com o otimo Blog,
José
Olá Jose,
Felizmente já tive a oportunidade de provar a Wäls Pilsen, além da Dubel e da Tripel, mesmo não sendo possível encontrá-las aqui em Fortaleza, nenhuma delas. Achei a Pilsen com maior complexidade e amargor que a Tcheca. Acredito que tenha uma variedade maior de lúpulos, mas posso estar errado.
Tenho outra garrafa aqui guardada, infelizmente só tenho uma. Vou prová-la novamente e devo com certeza ainda postar sobre a linha completa da Wäls. Acho que só vou ficar devendo a Quadrupel.
Agradeço a visita e o elogio.
Grande abraço.
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