25 janeiro 2009

Schneider Weisse Original, Weizen Hell, Kristall e Aventinus

A família Real da Baviera com sua cervejaria Hofbräuhaus em Munique exerceu um monopólio na fabricação de cervejas de trigo por volta de 1400 a 1800. Este controle era realizado com a intenção de proteger o suprimento de grãos de trigo para a fabricação de pão. O último mestre-cervejeiro empregado por eles foi Georg Schneider, em 1855.

Nesta época as cervejas de trigo não faziam muito sucesso, mas George Schneider acreditava no seu produto e decidiu abrir sua prórpia cervejaria. Ele iniciou a produção em 1872 utilizando seu nome e a receita histórica. Esta deve ser a mais antiga cervejaria especializada em cervejas de trigo a produzir de forma continuada. Seis gerações da família Schneider já trabalharam na cervejaria.

Entre as cervejas produzida temos a Original, uma cerveja de trigo com uma cor mais escura do que vemos tradicionalmente, a Weizen Hell, uma versão mais clara, a Kristall, versão filtrada, e a Aventinus, uma weizenbock deliciosa. Todas estas estão disponíveis no Brasil, inclusive em grandes cadeias de supermercados. Outras versões, ainda não disponíveis no Brasil e fabricadas especificamente para o mercado americano, são a Aventinus Vintage, a Aventinus Eisbock e a Wiesen Edel Weisse (orgânica).


Schneider Weisse Original - Hefeweizen, Ale, 5.4%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Ambar escura/ alaranjada, turva.
Espuma: Média formação e duração, baixa duração (queda rápida), cor branca.
Aroma: Malte, doce, trigo, banana, leve cravo, caramelo.
Paladar: Malte, doce, banana, cravo, cítrico, alta carbonatação, final cítrico e doce, corpo médio.

Boa cerveja. Presença de maltes caramelados tanto no aroma quanto no sabor. A espuma decepciona. Cítrico bem presente. Sua cor é mais escura do que normalmente vemos em outras hefeweizens.


Schneider Weisse Weizen Hell - Hefeweizen, Ale, 5.2%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Dourada intensa, turva.
Espuma: Média formação e média/baixa duração, cor branca.
Aroma: Malte, doce, banana, cravo.
Paladar: Malte, doce, trigo, cítrico, banana, cravo, baixo amargor, final doce, alta carbonatação, corpo médio.

Boa cerveja. Representante clássica das hefeweizens alemãs. Boa presença de esteres e fenóis, liberados durante a fermentação e que fazem lembrar banana e cravo respectivamente. Quem quiser saber como deve ser uma cerveja deste estilo deve prová-la.


Schneider Weisse Kristall - Kristalweizen, Ale, 5.3%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Dourada, límpida, brilhante.
Espuma: Alta formação e média duração, cor branca, consistência mais cremosa de todas.
Aroma: Malte, doce, banana, leve cítrico, leve cravo.
Paladar: Malte, doce, trigo, banana, cítrico, leve cravo, baixo amargor, alta carbonatação, corpo menos denso comparada às outras.

Boa cerveja também. Os aromas ficaram mais limpos e evidentes, com excessão do cravo que ficou menos presente. Esta cerveja ganhou uma medalha de prata no European Beer Star de 2008 no seu estilo.


Schneider Aventinus - Weizenbock, Ale, 8.2%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Marrom, turva, pouco translúcida.
Espuma: Alta formação e média/baixa duração, cor bege.
Aroma: Malte, doce, frutado (ameixas, passas, banana), caramelo, toffee, picante, condimentado.
Paladar: Malte, doce, frutado (ameixas, passas, banana), caramelo, toffee, picante, condimentado, álcool, alguma acidez, leve amargor, bom corpo, alta carbonatação, final doce.

Ótima cerveja. Este é um dos meus estilos preferidos e como representantes principais do estilo, gosto tanto desta como da brasileira Eisenbahn Weizenbock. São cervejas com ótimo corpo, bem aromáticas e com sabores diversos e deliciosos. Sua complexidade agrada muito.

10 comentários:

Catador disse...

Lindas cervezas, una suerte porder conseguirlas, aquí en Chile sólo se pueden tomar si es que un amigo viajó a algún lugar donde la vendas.

La Aventinus, un manjar, realmente exquisita y le viene bien a muchas comidas. Ahh que envidia!

Rodrigo Campos disse...

Olá Catador,

Estas são realmente ótimas cervejas. Se voce ficou com inveja de termos estas por aqui, também devo confessar que senti inveja de outras que pude ver em seu blog. Muito bom por sinal.

Grande abraço.

Jean disse...

Prezado Rodrigo,

As bock de trigo também são as minhas preferidas, bem como as dunkel de trigo... aliás, gosto de todas de trigo... eh eh

O legal nesta história e que a Eisenbahn Weizenbock não fica atrás das importadas... prova de que é possível fazer excelentes cervejas tupiniquins.
Um abraço,

Jean Claudi.

Anônimo disse...

De todas as Schneiders a minha favorita é a Aventinus. Apesar do alto teor alcoólico possui um paladar super agradável e um ótimo corpo.

Rodrigo Campos disse...

Anônimo,

Concordo com você em tudo. A Aventinus é realmente muito boa. Ela é uma referência do estilo Weizenbock. Qualquer um que queira fazer uma cerveja deste estilo se baseia nesta cerveja para conseguir um bom resultado. Foi assim com a Eisenbahn, que fez a sua Weizenbock muito parecida com a Aventinus. Elas tem disputado as melhores posições em prêmios internacionais. Recomendo que você prove esta Eisenbahn também.

Rodrigo Campos disse...

Jean,

Acho que dei um reforço no que você disse. Digo mais: a Eisenbahn faz outras cervejas muito bem também. Já não vejo a hora de provar a nova ganhadora do concurso, a Porter. Este estilo me agrada muito. Tomara que venha bem potente e complexa, do jeito que eu gosto.

Grande Abraço.

talespf disse...

Rodrigo,

Gostei muito da Schneider WeizenHell. Gosto muito deste tipo de cerveja de trigo. O fato de ser não filtrada parece que lhe confere uma textura aveludada, o q me agrada bastante. E a cor dela é maravilhosa. Não vejo a hora de degustar as outras variedades da família, como a Original e a Aventinus. Que outras cervejas, na linha da WeizenHell, você poderia me indicar??

Abração rapaz!!!

Rodrigo Campos disse...

Olá Tales,

Pelo que entendi você quer saber que outras cervejas de trigo não filtradas eu recomendo. Aqui em Fortaleza será possível encontrar as seguintes: Paulaner HefeWeiss, Franziskaner Hefeweiss, Licher , Eisenbahn Weissbier e a Baden Baden Weiss. Todas são muito boas e por isso recomendo. Também é possível encontrar Erdinger e Bohemia Weiss, mas essas tem menos sabor. Recomendo também provar as versões escuras dessas cervejas, pois geralmente me agradam mais.

Um abraço.

talespf disse...

fala rodrigão!

cara, tava lendo sobre cerveja e acabei me deparando com um tipo que eu ainda não conhecia e que me me chamou a atenção: Eisbock.
pelo que eu li, o processo de fabricação tem um passo bem peculiar, que é o de congelar a cerveja para remover uma boa parte da sua água, tornando tudo mais intenso: aromas, sabores e teor alcoólico. e o que eu achei mais interessante: deixando-a com uma textura bem cremosa, com bastante corpo. no teu blog, tu só fala da Aventinus Eisbock, que só existe no mercado americano. E por aqui?? Posso encontrar alguma nacional ou importada do tipo Eisbock?
Grande abraço!!!

Rodrigo Campos disse...

Olá Tales,

Realmente é bem interessante o estilo Eisbock. Infelizmente não existe nenhum exemplar disponível no Brasil, nem mesmo importada.

Um abraço.

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