10 abril 2011

Aventinus Vintage 2003



Poucas cervejas por si só representam bem um estilo específico no mundo. Uma das que podemos lembrar já de cara é a Guinness e o estilo Dry Stout. Outra que pode até mesmo não surgir logo na mente, mas que certamente é a principal representante das Weizenbocks, é a Schneider Aventinus. Feita por uma das mais tradicionais cervejarias alemãs, esta cerveja já foi assunto de um outro post logo no começo do blog sobre toda a família de cervejas da Schneider presentes no país. 

De lá para cá já se foram mais de 2 anos e algumas mudanças acorreram no portfólio das cervejas Schneider. Houve uma mudança nos nomes e rótulos das cervejas. Cada uma delas hoje tem uma denominação TAP (TAP 1 Blond; TAP 2 Kristall; TAP 3 Sem Álcool; TAP 4 Mein Grünes ou Orgânica; TAP 5 Hopfenweisse, uma Weizenbock Clara e mais lupulada; TAP 6 Aventinus; TAP 7 a Original e TAP 11 Mein Leichts ou light).  Antes o rótulo da Aventinus era roxo e não guardava muita semelhança com o das outras cervejas. Hoje o rótulo da Aventinus perdeu a cor roxa e segue o mesmo padrão dos rótulos das outras cervejas do portfólio. Somente a Aventinus Eisbock usa o mesmo rótulo antigo. Das cervejas com rótulo novo somente as TAP 5 e 11 não chegam ao Brasil, mas em compensação hoje já podemos comprar a Aventinus Eisbock.



A cerveja que ilustra este post é uma das que infelizmente ainda não chegam ao Brasil, a Aventinus Vintage. Em 1999 a Schneider resolveu envelhecer 240 caixas de Aventinus por ano nas caves históricas de gelo da cervejaria em Kelhein. Cada lote desses foi guardado por pelo menos 3 anos. A cerveja vem embalada em um papel especial. O exemplar específico que consegui foi lançado em 2003 e no rótulo podemos ler alguns fatos ocorridos naquele ano, como a quinta vitória de Lance Armstrong na Volta da França, a eleição de Arnold Schwarzenegger para Governador da Califórnia, o título de Cavaleiro concedido a Mick Jagger pela Rainha da Inglaterra, o maior apagão de energia na história no Nordeste e Meio-Oeste americano, o lançamento do robô Spirit para Marte pela NASA e o prêmio Nobel concedido ao cientista americano Paul Lauterbur. 

Aproveitei a situação para fazer uma degustação comparativa entre a Aventinus Vintage 2003 e uma Aventinus ainda fresca. Vejam abaixo minhas impressões.


Aventinus - Weizenbock, Ale, 8.2% ABV, garrafa 500 ml.

Cor: Marrom, altamente turva. 
Espuma: Altíssima formação e boa duração de espuma, de cor bege, bolhas grandes.
Aroma: Malte, adocicado, frutado, banana, cítrico, fenólico, cravo, condimentado, álcool.
Paladar: Malte, caramelo, toffee, leve adocicado, leve chocolate, frutado, banana, carvo, fenólico, picante, condimentado, cítrico, leve acidez, leve álcool, leve amargor, final doce e picante, bom corpo.

Ótima cerveja. Muito complexa, muito frutada (banana), muito caramelo, muito fenolico (cravo, condimetado, picante). O álcool aparece mas está bem inserido no conjunto. Toques cítricos e uma leve acidez típicos de uma cerveja de trigo. Apesar da complexidade, ela não é pesada e chega até mesmo a ser refrescante. No calor de mais de 30 graus da noite de Fortaleza não incomodou nem um pouco.


Aventinus Vintage 2003 - Weizenbock, Ale, 8.2% ABV, garrafa 500 ml, US$ 6,25.

Cor: Marrom, altamente turva. 
Espuma: Boa formação e baixa duração de espuma, de cor bege, bolhas grandes.
Aroma: Malte, caramelo, adocicado, toffee, notas de oxidação, melaço, frutado (banana passa).
Paladar: Malte, caramelo, doce, toffee, melaço, leve chocolate, leve fenólico, levíssimo cravo, leve cítrico, leve acidez, picante, leve amargor. final doce e picante, leve álcool, bom corpo.

Boa cerveja. As características que mais lembram uma Weizenbock diminuíram de intensidade. O fenólico, cravo, o cítrico e o frutado diminuíram bem tanto no aroma quanto no sabor. O frutado na realidade quase desapareceu no sabor e passou a lembrar mais banana passa no aroma. A cerveja ficou mais adocicada e maltada. O álcool também diminuiu. A impressão que deixou foi que ela ficou muito mais parecida com uma Bock simples e se distanciou de uma Weizenbock, mantendo levemente as características do estilo original. Quanto mais esquenta, mais ela revela o cítrico e a acidez.






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