18 janeiro 2011

De Ranke - XX Bitter, Guldenberg e Noir de Dottignies


Em 1994, Nino Bacelle fundou uma cervejaria e deu à ela o seu nome . No início, a única cerveja produzida era a Guldenberg. Nino já tinha experiência na fabricação de cerveja desde 1981, mas depois de realizar um curso de mestre cervejeiro na década de 90, ele decidiu comercializar a sua própria cerveja. No início, ele realizou um contrato com uma cervejaria já existente para produzir a Guldenberg. A cervejaria escolhida foi a Deca Services, localizada no oeste da Bélgica.

Na metade dos anos 90, Nino conheceu Guido Devos em uma associação de degustadores de cerveja chamada HOP. Em 1996, Nino e Guido se associaram e a cervejaria Nino Bacelle se tornou a cervejaria De Ranke. Outras cervejas surgiram depois da união de Nino e Guido, entre elas a XX Bitter, uma Belgian India Pale Ale que se tornou o símbolo da cervejaria.

Em 2008, após 11 anos fabricando suas cerveja sob licença na Deca, uma nova cervejaria foi montada em Dottignies, na província de Hainaut, também na Bélgica. Em 2010, as cervejas da De Ranke chegaram ao Brasil pela primeira vez. As primeiras a vir foram XX Bitter, Guldenberg, Noir De Dottignies, Saison De Dottignies (a primeira Saison no Brasil), Cuvée De Ranke e Kriek De Ranke. Neste post vou comentar minhas impressões sobre as três primeiras.

De Ranke XX Bitter - Belgian IPA, Ale, 6.2% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Amarela, levíssima turbidez.
Espuma: Alta formação, boa duração, cor branca, bem consistente, deixa muitas marcas no copo.
Aroma: Frutado (abacaxi, laranja), cítrico, lúpulos nobres (floral, herbáceo, picante, cítrico, condimentado), leve malte.
Paladar: Leve malte, frutado (abacaxi, laranja), cítrico, lúpulo (condimentado, picante), bom amargor final de alta intensidade e duração, alta carbonatação, corpo médio.

Ótima cerveja. As características mais marcantes vêm do lúpulo. Tem uma intensidade pouco vista até mesmo em outras cervejas belgas do mesmo estilo. A carcterística que mais se sobresaiu foi o herbáceo, seguido pelo picante, o condimentado, o floral e o cítrico. O aroma de lúpulo é delicioso e tem com certeza a presença de lúpulo nobre. Segundo o site da cervejaria, eles usam Hallertau, o tal lúpulo nobre, e Brewers Gold. O perfil de malte é bem simples. O amargor é extremo e pode assutar os menos acostumados, mas eu adorei. Ela é considerada uma das melhores Belgian IPA do mundo.

Guldenberg - Belgian Tripel, Ale, 8.5% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Dourada, levíssima turbidez.
Espuma: Boa formação, média/baixa duração, cor branca, bem compacta, deixa muitas marcas.
Aroma: Malte, lúpulo (herbáceo, condimentado), frutado (maçã, pêra), leve fenólico.
Paladar: Malte, pão, lúpulo (herbáceo, condimentado), frutado, leve citrico, fenólico, picante, amargor final de boa intensidade e duração, boa carbonatação, corpo médio, seca.

Ótima cerveja. Fácil de beber. Menos cítrica que outras Tripels que já provei, mas ainda assim bem frutada, lembrando maçã e pêra, com um fenólico mais discreto mas presente principalmente no sabor. Um bom amargor finaliza o conjunto, assim como nas melhores Tripels. Álcool extremamente bem inserido, quase que imperceptível.

Noir De Dottignies - Belgian Strong Dark Ale, 9% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marrom, turva.
Espuma: Boa formação, média duração, cor bege.
Aroma: Malte, doce, caramelo, toffee, frutado (passas), picante, álcool.
Paladar: Malte, doce, caramelo, toffee, frutado (passas), lúpulo (condimentado, leve herbáceo), cítrico, picante, leve álcool, bom amargor final balanceado por uma leve doçura, bom corpo.

Boa cerveja. Aroma bem maltado e adocicado, com algo frutado. No sabor o lúpulo aparece no conjunto, com algo cítrico e um bom amargor. O álcool aparece bem mas está equilibrado com o restante do conjunto.

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