24 março 2010

Gouden Carolus Cuvée van de Keizer Rood 2009



A cervejaria Het Anker produz  as cervejas Gouden Carolus que estão entre as melhores da Bélgica. A mais aclamada entre as produzidas por eles é a Gouden Carolus Cuvée van de Keizer Blauw (rótulo azul), feita somente uma vez por ano, no dia 24 de fevereiro, em homenagem ao aniversário de Charles V, imperador do Sacro Império Romano. O primeiro ano de fabricação dela foi 1999. Em alguns locais especializados em cerveja é possível encontrar garrafas desde a primeira safra e ainda fazer uma degustação comparativa. A própria cervejaria indica a guarda dela por até 10 anos, já que este é o tempo pelo qual ela já pôde ser testada e de certo aprovada.


Em 2008, a cervejaria Het Anker resolveu lançar a Gouden Carolus Cuvée van de Keizer Rood (rótulo vermelho) em comemoração aos 10 anos da versão original. Diferentemente da sua irmã do rótulo azul, que é uma cerveja escura do estilo Belgian Dark Strong Ale, esta nova versão é dourada, do estilo Belgian Golden Strong Ale. Segundo a cervejaria são utilizados vários tipos de malte e três especiarias na receita.

Felizmente esta cerveja chegou ao Brasil em 2009. Ao pesquisar o website da Het Anker é possível ver que eles somente indicam a guarda da Gouden Carolus Cuvée van de Keizer Rood por até três anos. Não sei se o motivo disso é a estrutura da bebida, que apesar de ter quase o mesmo alto teor alcoólico da Blauw, claramente não é a mesma cerveja, ou por ainda não existir a possibilidade de comprovar a tenabilidade da mesma com o passar dos anos.


Gouden Carolus Cuvée van de Keizer Rood 2009 - Belgian Golden Strong Ale, 10.5%ABV, garrafa 750ml.

Cor: Dourada, límpida, brilhante, leve turbidez no final da garrafa.
Espuma: Boa formação e duração, cor branca, boa consistência, deixa muitas marcas no copo.
Aroma: Malte, lúpulo, fenólico, picante, frutado (abacaxi, laranja) cítrico, condimentado, cravo, álcool.
Paladar: Malte, doce, fenólico, picante, frutado (abacaxi, laranja), cítrico, condimentado, cravo, álcool, amargor, final picante e fenólico, bom corpo.

Boa cerveja. Alma totalmente belga! O que mais se destaca com certeza é o fenólico (fruto da reação de fermentação e típico em ales belgas), tanto no aroma quanto no sabor. O álcool também aparece e junto com o fenólico torna a cerveja picante. O lúpulo aparece muito bem no aroma, com uma intensidade maior do que costumo perceber em Belgian Golden Strong Ales, e com isso contribui para uma sensação frutada cítrica. No sabor o lúpulo e seu amargor ficam em segundo plano devido à forte presença do fenólico e do álcool.


Pessoalmente acredito que esta cerveja não seja realmente para ser adegada. A tendência de cervejas adegadas é ter a doçura e a sensação alcoólica aumentada. Se hoje ela já tem o álcool e um adocicado bem presentes, apesar de não estarem em desarmonia, com os anos talvez possa ocorrer um certo desequilíbrio. O aroma de lúpulo também não vai resistir ao tempo e deixar a cerveja menos agradável, já que este aroma cítrico lupulado ajuda a deixar esta cerveja com muito frescor mesmo com os seus 10.5%  de álcool por volume. Só mesmo um teste para tirar a prova. Com certeza pretendo fazê-lo.

21 março 2010

Bass Pale Ale


A cervejaria Bass foi fundada no ano de 1777 por Willian Bass, na cidade inglesa de Burton upon Trent. Durante o início do século 20, várias cervejarias grandes foram adquiridas pela Bass. Em 1960, a Bass se tornou a maior empresa do setor de cerveja da Reino Unido depois da união com a Charrington United Breweries. 

No ano de 2000, a Bass foi comprada pela belga Interbrew, hoje AB InBev. No Reino Unido a notícia foi recebida como uma possibilidade de monopólio, então a Interbrew foi obrigada pelas autoridades britânicas a vender a cervejaria Bass para a americana Coors, hoje Molson Coors Brewing Company. Para quem tem boa memória, um processo semelhante ocorreu aqui no Brasil quando da fusão das cervejarias Antarctica e Brahma, apesar de que os resultados foram bem diferentes pelas bandas de cá. 

Apesar da venda da cervejaria, a marca Bass continuou a ser propriedade da Interbrew. A cerveja Bass Pale Ale era produzida pela Coors, mas sob lincença da Interbrew. A partir de 2005, a Bass produzida para ser embarrilhada (com 4,4%ABV) começou a ser fabricada também sob liceça da Interbrew pela cervejaria Marton's, em Burton, enquanto a cerveja com maior teor alcoólico (5.1%ABV) e voltada para o mercado externo era produzida na própria fábrica da Interbrew em Samlesbury.

A água de Burton upon Trent é bem famosa entre os conhecedores de cervejas por ter grande concentração de minerais, o que favorece o aparecimento de amargor e secura nas cervejas produzidas por lá. 

O drink de cerveja Black and Tan, uma mistura de uma cerveja escura com uma clara, foi originalmente criado com a Bass Pale Ale. Outra curiosidade sobre a cervejaria é que o triângulo vermelho, logomarca da Bass Pale Ale, foi a primeira marca registrada no Reino Unido, em 1876.


Bass Pale Ale - English pale Ale, 5.1%ABV, garrafa355 ml.

Cor: Âmbar escura/cobre, límpida.
Espuma: Média formação e duração, cor marfim.
Aroma: Malte, caramelo, toffee, lúpulo.
Paladar: Malte, doce, caramelo, lúpulo, bom amargor final, de boa intensidade e duração, corpo médio.

Boa cerveja. Leve e fácil de beber. Ótimo equilíbrio entre malte e lúpulo no aroma e no sabor. Apesar de ser uma marca da AB InBev, assim como Leffe e Hoegaarden, infelizmente esta cerveja não é trazida para o Brasil. Se fosse encontrada por aqui a preços parecidos com os das outras cervejas importadas pela multinacional belgo americano brasileira seria uma ótima pedida.



14 março 2010

Turismo cervejeiro em Buenos Aires IV - Buller Brewpub


 Fachada do Buller Brewpub na Recoleta.

Minha última parada no tour cervejeiro em Buenos Aires foi o bar Buller Brewpub. Eles fabricam a cerveja servida no local. A única maneira de provar as cervejas feitas por eles é indo a um dos dois endereços que eles têm em Buenos Aires, um no calçadão em frente ao famoso cemitério da Recoleta onde eles realmente elaboram as cervejas, e a filial no centro, o Buller Downtown (rua Paraguay, 428) bem perto da rua Florida e do The Kilkenny Irish Pub, já citado no outro post. Para quem vai visitar a cidade pode programar uma visita aos dois locais no mesmo dia.

 Buller Downtown no centro.

O endereço no centro era bem perto do meu hotel. Passei em frente somente para conhecer. Preferi ir à Recoleta para conhecer o local onde eles fazem a cerveja. O local é bem movimentado e descontraído. Como não tinha muito tempo naquele dia preferi pedir somente o Sampler que é uma amostra de degustação com todas as cervejas fabricadas na casa servidas como chope.



Todas as cervejas são servidas em mini Pints de 100ml . Com essa quantidade tão pequena de cada, eles não serviam muita espuma e por isso não fiz avaliação desse quesito. As cervejas disponíveis são a Light Lager, Hefeweissen, Honey Beer, Oktoberfest, India Pale Ale e Dry Stout. Leia minhas impressões sobre cada uma abaixo:

 Sampler com amostras das seis cervejas da casa. 
Infelizmente a luz no local não era das melhores para uma boa fotografia.
Na ordem: Light Lager, Hefeweissen, Honey Beer, Oktoberfest, India Pale Ale e Dry Stout.

Buller Light Lager - 4.5%ABV.

Cor: Dourada, leve turbidez.
Aroma: Malte, lúpulo.
Paladar: Malte, lúpulo, leve amargor.

Uma Lager com bom toque de lúpulo de amargor. Esta é a menos interesante de todas.

Buller Hefeweissen - 5%ABV.

Cor: Amarela, bem turva.
Aroma: Malte, cravo destacado, tutti-frutti, leve banana.
Paladar: Malte, cravo destacado, tutti-frutti, leve banana, amargor final, acidez, cítrico, alta carbonatação.

Weiss com maior toque de lúpulo do que encontramos nas tradicionais German Weissbiers, gerando sabores cítricos e um amargor mais presente.

Buller Honey Beer - 8.5%ABV.

Cor: Âmbar, límpida.
Aroma: Malte, doce, álcool.
Paladar: Malte, doce, álcool, lúpulo, leve cítrico, bom amargor final, de média intensidade e boa duração, levemente seca, corpo médio.

Boa cerveja. Bom balanço de lúpulo com a doçura do mel.

Buller Oktoberfest - 5.5%ABV.

Cor: Âmbar escura, límpida.
Aroma: Malte, cereais(?), lúpulo.
Paladar: Malte, lúpulo, bom amargor final.

Boa cerveja. Leve e de alto drinkability. O amargor parece ser tímido de início, mas depois aparece bem e surpreende.

Buller India Pale Ale - 6%ABV.

Cor: Cobre, límpida.
Aroma: Malte, caramelo, lúpulo.
Paladar: Malte, caramelo, lúpulo, bom amargor final, de boa intensidade e duração, seca, corpo médio. 

Boa cerveja. Na minha opinião é uma das duas melhores.

Buller Dry Stout - 5.8%ABV.

Cor: Preta opaca.
Aroma: Malte, torrefação, café, leve chocolate(?).
Paladar: Malte, torrefação, café, leve chocolate(?), bom amargor, com boa intensidade e duração, corpo médio/baixo.

Boa cerveja. Esta também está entre as duas melhores em minha opinião. Ela é servida com gás nitrogênio para dar o efeito cascata.

Estes foram os locais que visitei em Buenos Aires. Existe um outro Brewpub em Buenos Aires que eu gostaria muito de ter conhecido, o da cervejaria Antares. Hoje o único endereço fica no bairro de Palermo e lá existem as cervejas feitas em Mar del Plata, local da cervejaria. Infelizmente não tive oportunidade de passar por lá. A Antares talvez seja a micro cervejaria mais consolidada entre as artesanais argentinas. As cervejas da Antares podem ser encontradas em vários locais, desde bares e pubs especializados, lojas de cervejas artesanais e também em supermercados. Provei algumas por lá e também trouxe outras comigo, incluindo duas versões especiais que lançadas uma vez ao ano. Depois elas aparecerão aqui no blog.

As outras artesanais somente podem ser encontradas em locais especializados mesmo. Os dois principais supermercados para comprar uma cerveja são o Carrefour (com 2 endereços perto do centro e de pontos turísticos mais famosos como o Obelisco e a av. 9 de julio) e o Jumbo, que fica mais afastado no bairro de Palermo. É possível encontrar várias cervejas importadas como Samuel Smith (Imperial Stout,  Taddy Porter, Nut Brown Ale, Puro Brewed Lager, India Ale, Old Brewery Pale Ale),  Pilsner Urquell, Unibroue (incluindo a Terrible, não encontrada no Brasil), Staropramen,  Hofmark (Weisse e Pils), Leffe (incluindo a Radieuse, tão difícil de encontrar no Brasil), Maredsuous, Chimay, entre outras. Destaque para os preços que são bem melhores do que encontramos aqui no Brasil, principalmente quando encontramos algumas promoções.

Aproveito o post para agradecer uma pessoa que me deu boas dicas de locais para visitar e de cervejas para provar na cidade e também me ajudou a colocar as mão em duas grandes cervejas que estavam em falta nos mercados, o Eduardo Delleuze, autor do blog el baron de las cervezas.

10 março 2010

Turismo cervejeiro em Buenos Aires III - Cruzat Beer



Minha terceira parada no tour cervejeiro em Buenos Aires foi o bar Cruzat Beer. Este bar fica localizado dentro de uma bela galeria, o Paseo La Plaza, com entradas pela Rua Sarmiento, 1617 ou pela  av. Corrientes, 1660. O foco é a venda da bebida já gelada para consumo no local e por isso pode ser difícil conseguir comprar alguma em temperatura ambiente para levar para casa. Mesmo assim consegui encontrar algumas para também trazer para Fortaleza.

 Geladeira com cervejas artesanais da Argentina.

 Geladeira com cervejas importadas.

O Cruzat é um bar bonito, com uma decoração que lembra vagamente castelos medievais com suas paredes de pedra mas funciona como restaurante e Pub. Segundo eles mesmo lá está a maior disponibilidade de cervejas de toda a Argentina. Realmente a disponibilidade é grande e além das cervejas artesanais argentinas também é possível encontrar algumas cervejas importadas. Existem duas grandes geladeiras onde você pode escolher sua cerveja.

 Carta com cervejas disponíveis e preços.

Carta com cervejas importadas e preços.
Note que eles também servem Hidromel.

 A maioria das cervejas é vendida em garrafas, mas também é possível encontra mais de 10 cervejas serivdas como chope, ou "tiradas" como falam por lá. Infelizmente eles possuem problemas frequentes com essas "tiradas". Você corre o risco de receber seu chope em condições não muito boas, frequentemente contaminado. Foquei o consumo então nas garrafas. Por lá provei três cervejas diferentes: Kraken American Pale Ale, Montecristo Imperial Stout e El Bolsón Extra Negra de Invierno. Veja as impressões abaixo:

 

Kraken American Pale Ale Edición Especial - American Pale Ale, Ale, ABV desconhecido, garrafa 500ml.

Cor: Dourada, turva.
Espuma: Média formação e duração, cor branca.
Aroma: Lúpulo, malte, adocicado, mel.
Paladar: Lúpulo, malte, doce, mel, leve amargor, alta carbonatação, leve acidez.

Cerveja leve, sem grandes destaques. Para uma American Pale Ale mais fiel seria necessário utilizar variedades americanas de lúpulo, que puxam para o cítrico. Apesar de existir a produção de lúpulo cascade na Argentina, este não é o mesmo que é produzido nos EUA. Acredito que o uso de pouca variedades de lúpulo nas cervejas artesanais argentinas acaba produzindo padrões de aroma e sabor que se repetem muito.

  

El Bolsón Negra Extra de Invierno XXX -  Doppelbock, Lager, 8%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marrom escura, reflexos vermelho rubi, límpida.
Espuma: Boa formação, média/baixa duração, cor bege.
Aroma: Malte, doce, torrado, café, leve chocolate.
Paladar: Malte, doce, torrado, café, leve chocolate, leve acidez, leve amargor final, levemente seca.

Um pouco diferente de outras doppelbocks que já provei, puxando para um torrado mais forte e uma acidez presente também devido à torrefação dos maltes. Também poderia ser mais intensa já que o fabricante a classifica como Tripel Bock.

 

Montecristo Imperial Stout - Imperial Stout, Ale, 11% ABV, garrafa 330ml.

Cor: Preta opaca.
Espuma: Boa formação, média duração, cor marrom escura, bolhas grandes.
Aroma: Malte, chocolate intenso, torrado intenso (mais para queimado), doce.
Paladar: Malte, chocolate intenso, torrado intenso (queimado), doce, álcool, acidez bem presente, bom corpo, densa, alta carbonatação, seca, final doce com amargor presente.

Boa cerveja. Bem intensa. O adjetivo Imperial, muito utilizado pelos americanos, serve para classificar versões extremas de estilos clássicos. Elas podem ser extremamente maltadas, lupuladas ou tudo ao mesmo tempo. Esta aqui é bem maltada e doce. Acredito que seria melhor se tivesse uma lupulagem mais assertiva, equilibrando os sabores. Também senti uma acidez proveniente da torrefação que estava mais presente do que seria desejável.

07 março 2010

Turismo cervejeiro em Buenos Aires II - Cervelar Tienda de Cervezas



No segundo dia em Buenos Aires, minha primeira parada foi na Cervelar Tienda de Cervezas, um misto de bar e loja especializada em cervejas artesanais que fica no centro, na rua Viamonte, 336. Este foi o único local onde pude falar com alguém que realmente conhecia o que estava vendendo. Pablo, dono do Cervelar, é muito conversador, me recebeu muito bem e deu ótimas indicações de cervejas argentinas para provar. Todas as dicas dele foram certeiras!

 
 Prateleira com cervejas artesanais argentinas. 
Note os preços de algumas delas no quadro negro.

 
 Mais cervejas artesanais argentinas nas prateleiras.
Vejam os preços de outras cervejas no quadro: as importadas.

O Cervelar foi o local que mais visitei à procura de cervejas. O primeiro dia foi tão bom que fiz questão de voltar mais uma vez para provar mais cervejas. Em dois dias diferentes no Cervejar pude provar as cervejas Waffe Bier Belgian Witbier, Gülmen Lager Ahumada, Sixtofer IPA, Sixtofer Oatmeal Stout, Gülmen Barley Wine e Antares Barley Wine. Vejam as fotos e impressões que tive de cada uma abaixo. Também foi de lá que eu comprei a maioria das cervejas que trouxe comigo para Fortaleza. O motivo é que este era o único local onde via tantas cervejas artesanais ainda em temperatura ambiente, além de que os preços encontrados por lá também eram ligeiramente mais baixos.

 

Waffe Bier Belgian Witbier - Witbier, Ale, 5.7%ABV, garrafa 330ml.
Cor: Âmbar, turva.
Espuma: Média formação e duração, cor branca.
Aroma: Malte, adocicado, baunilha, cítrico, sementes de coentro.
Paladar: Malte, adocicado, baunilha, cítrico, sementes de coentro, corpo médio/baixo.

Boa. Totalmente no padrão de uma Wit a não ser pela cor, um pouco mais escura do que o normal.

  

Gülmen Lager Ahumada - Rauchbier, Lager, 5.3%ABV, garrafa 330ml.
Cor: Âmbar escura, levemente turva.
Espuma: Média formação e baixa duração.
Aroma: Malte defumado.
Paladar: Defumado, leve amargor, corpo médio baixo.

Diferente. Acredito que o malte defumado é feito na própria cervejaria pois é bem diferente dos tons de defumação que encontramos nas cervejas que utilizam malte de Bamberg. A cervejaria fica na Patagônia. Quem já provou carnes e peixes defumados daquela região pode ter uma noção deste tom de defumação a que me refiro. Senti um gosto forte de salmão defumado, muito parecido com o salmao defumado da Patagônia.

  

Sixtofer India Pale Ale - India Pale Ale, Ale, 6%ABV, garrafa 330ml.  

Cor: Cobre, límpida.
Espuma: Boa formação e duração, bolhas pequenas, consistente, cor bege.
Aroma: Malte, caramelo, lúpulo, floral.
Paladar: Malte, caramelo, lúpulo, ótimo amargor final, duradouro, bom corpo, seca.

Muito boa. Uma IPA bem feita. Esta foi uma das melhores que provei na viagem. Recomendo.

  

Sixtofer Oatmeal Stout - Oatmeal Stout, Ale, 5.9%ABV, garrafa 330ml.
Cor: Preta opaca.
Espuma: Boa formação e duração, cor bege escura.
Aroma: Malte, torrado, chocolate.
Paladar: Malte, torrado, chocolate, leve amargor, levemente seca, corpo médio.

Boa cerveja.

  

Gülmen Barley Wine - Barley Wine, Ale, 10%ABV, garrafa 355ml.
Cor: Âmbar escura, leve turbidez.
Espuma: Média formação e duração, cor marfim.
Aroma: Malte, doce, caramelo, toffee, melaço.
Paladar: Malte, doce, caramelo, toffee, melaço, leve acético.

Cerveja sem muito destaque. Não parecia muito com outras Barley Wine que já provei. Também estava com uma leve nota acética

 

Antares Barley Wine - Barley Wine, Ale, 10%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Cobre, límpida.
Espuma: Média formação e duração, cor marfim.
Aroma: Malte, doce, caramelo, toffee, lúpulo.
Paladar: Malte, doce, caramelo, toffee, lúpulo, amargor final intenso e duradouro, seca, bom corpo.

Muito boa! Também não parece com maioria das Barley Wine que já provei. A lupulagem é muito intensa, aparecendo até mais que os maltes em alguns momentos. Como gosto muito de cerveja bem lupuladas esta aqui me agradou muito. Gostei da experiência.

04 março 2010

Turismo cervejeiro em Buenos Aires I - The Kilkenny Irish Pub.

  
 Entrada do The Kilkenny.

Viajar é uma das minhas atividades prediletas. Outra delas é conhecer sempre cervejas novas. Sempre que viajo, tento aproveitar para conhecer as cervejas locais e até mesmo visitar alguma cervejaria. Estive em Buenos Aires nos útimos dias de 2009 e pude conhecer melhor o movimento cervejeiro artesanal dos hermanos. Assim como no Brasil, hoje a Argentina tem um movimento microcervejeiro que, apesar de recente, está crescendo e se fortalecendo. Na capital, podemos encontrar alguns bons bares cervejeiros com inúmeras cervejas artesanais locais e algumas importadas, principalmente da Alemanha e da Bélgica.

Meu vôo chegou quase de madrugada. Mesmo assim eu não quis perder tempo, pois ficaria somente por 2 dias úteis e mais um dia que seria um feriado e provavelmente não teria muitos locais abertos com cerveja disponível. Passei no hotel para deixar as malas e já fui conhecer um dos locais que estavam programados em minha agenda, o belíssimo Irish Pub The Kilkenny.


Em sentido horário: placa na entrada do The Kilhenny anunciando as cervejas Gambrinus, placa da Gambrinus na Parede do Pub e imagens da chopeira com saída para as três versões da Gambrinus no andar superior do Pub.

Na porta do Pub já podia ler que eles serviam uma cerveja artesanal: a Gambrinus. Tinha lido sobre ela antes da viagem e, pelo que consta, só pode ser encontrada mesmo no The Kilkenny como chope, ou como os argentinos dizem, "tirada". A Gambrinus pode ser encontrada em três versões: Premium Pilsner, Gaelic Pale Ale e Celtic Sout.

Imagem do balcão no andar infeiror, onde tomei minhas cervejas. Veja or preços cobrados pelas cervejas nos quadros negros.

Os preços das Gambrinus eram de 13 Pesos argentinos (em torno de 6 Reais) pelo Pint da Pilsner e 21 Pesos (em torno de 10 Reais) pelo Pint da Stout e da Pale Ale. Alem delas tinha disponível também Heineken, Grolsh, Paulaner, Warsteiner, Corona, Leffe Blond, Leffe Brune, Staropramen, Stella Artois, Iguana, além de chopes Guinness e Kilkenny (veja os preços de cada uma em Pesos clicando na foto acima).

Comecei pedindo a Celtic Stout pois não sabia se permaneceria por muito tempo devido ao cansaço da viagem e da hora já adiantada. Ele é uma Dry Stout muito boa, fidelíssima com seus sabores de torrefação e café, o amargor bem presente e a sensação final seca. Tentei pedir alguma informação para o barman, mas infelizmente ela não tinha nem idéia do que estava servindo. Se for por lá não perca seu tempo perguntando! Como já tinha pesquisado antes de ir eu já sabia que a cerveja era servida nitrogenada. Logo depois eu pedi a Gaelic Pale Ale, que parece ser uma English Pale Ale ou talvez até mesmo uma Extra Special Bitter pela sua lupulagem intensa. Uma cerveja muito bem feita com sabor de caramelo e lúpulo e um amargor intenso e duradouro. Deliciosa! Ela também é servida nitrogenada e foi uma das melhores cervejas que provei em toda a viagem. Depois da Pale Ale decidi não provar a Pilsner pois já era muito tarde e o dia seguinte prometia.

 
Gambrinus Celtic Sout já depois de um pequeno gole e Gambrinus Gaelic Pale Ale com um resquício do efeito cascata provocado pelo nitrogênio. Recomendadas!

Para quem quiser visitar o The Kilkenny, ele fica muito próximo da maioria dos hotéis no centro da cidade, na Rua Marcelo T. de Alvear, 399. Eu mesmo fui andando do meu hotel, bem perto da conhecida rua Florida. O Pub é belíssimo, principalmente no pavimento superior onde tem um grande salão com vitrais muito bonitos. Além disso, as cervejas são muito boas e têm preços bem melhores do que encontramos aqui no Brasil.

Aguardem por mais lugares e cervejas nos próximos posts.
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