25 fevereiro 2009

Duvel

A Duvel (pronuncia-se como Dú-véu, em português) é sem dúvida alguma uma das melhores cervejas do mundo por ser extremamente complexa, alcoólica e ao mesmo tempo agradável e fácil de beber. É uma bebida clássica e deu início ao estilo Belgian Golden Strong Ale.

A história da cervejaria Duvel Moortgat começa em 1871, quando Jan-Leonard Moortgat fundou a, até então, cervejaria Moortgat na cidade de Puurs, entre Bruxelas e Antuérpia na Bélgica. Era uma cervejaria familiar com a produção vendida somente no mercado local. Em 1890, os irmãos de Jan-Leonard, Albert e Victor, assumiram os negócios. Albert virou o mestre-cervejeiro e Victor distribuia os produtos em uma charrete. Em 1919, Albert viajou para a Escócia para obter uma amostra da levedura da cerveja McEwan's. Esta levedura até hoje é utilizada na fabricação da Duvel.


No ano de 1923 uma nova cerveja foi lançada pela cervejaria e recebeu o nome de Victory Ale para celebrar o final da I Guerra Mundial. A cerveja era diferente de tudo que era servido na Bélgica. Segundo o web site da cervejaria, foi um sapateiro e amigo de Albert Moortgat que descreveu a cerveja como um verdadeiro diabo. Daí surgiu o nome para a cerveja que passaria a ser conhecida como Duvel, que em neerlandês significa diabo. Outras cervejarias belgas começaram a lançar suas versões para a mesma cerveja e algumas até mesmo batizavam suas versões com nomes que também se aproximavam do significado da original, como Lucifer ou Satan.

A Duvel é uma cerveja peculiar, pois é feita com maltes claros franceses, a levedura derivada de ales escocesas, lúpulos Saaz (tcheco) e Styrian Golding (esloveno) vindos do leste Europeu e somente a água é belga. Os maltes claros entraram para a receita da Duvel somente na década de 70 devido ao sucesso de cervejas claras na época. Antes a cor da Duvel era mais escura. Esta mistura resulta em uma cerveja com aparência clara e brilhante de uma Lager como uma Pilsener, com a robustez e a complexidade de uma Ale.

Uma das melhores partes de degustar uma Duvel é o ritual para serví-la. A taça da cerveja já é um espétáculo por si só, lindíssima. A temperatura de serviço deve estar entre 8 e 10°C para garantir a melhor percepção dos aromas e sabores da cerveja. Ao manipular a garrafa, devemos tomar o cuidado para não misturar a levedura que está decantada no fundo. Este mesmo cuidado deve ser tomado ao servir na taça, deixando a levedura na garrafa com um pouco da cerveja. Este ritual serve para deixar a cerveja límpida e transparente. A formação de espuma é tremenda e impressiona.

Que belo conjunto! Que espuma belíssima! Bem consistente.

Duvel - Belgian Golden Strong Ale, Ale, 8.5%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Dourada, levemente turva (acabou caindo um pouco do fermento).
Espuma: Altíssima formação e duração, cor branca, com uma das conisitências mais densas e bonitas, deixando muitas marcas espessas pelas paredes da taça.
Aroma: Malte, doce, frutado (abacaxi, laranja), fermento, mel, álcool, picante, lúpulo, leve cítrico.
Paladar: Malte, doce, frutado (abacaxi, laranja), leve cítrico, fermento, mel, álcool, picante, amargor final, ótimo corpo.

Olha só o padrão das marcas deixadas pela espuma na taça.

Ótima cerveja. Complexa, clássica, deliciosa. A espuma é uma das mais bonitas do mundo da cerveja. Aroma frutado bem presente e gostoso. Boa presença de fermento e malte. Doce pronunciado no aroma e no sabor. Álcool presente mas muito bem equilibrado, mesmo quando a cerveja estava mais quente no copo. Esta vale ouro. Gostaria muito de poder comprá-la sempre que sentisse vontade, pagando um preço mais próximo do que é cobrado por ela na Europa, em torno de 2 Euros.

Veja um vídeo incrível da Duvel clicando aqui. É de dar água na boca!

17 fevereiro 2009

Falke Bier Ouro Preto e Estrada Real IPA


A microcervejaria Falke Bier foi fundada no ano de 2004 na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. É uma cervejaria familiar, que nasceu da iniciativa dos irmãos Marco Antonio, Juliana e Ronaldo Falcone. Segundo eles mesmos "o objetivo era produzir cerveja, de maneira que ela se tornasse uma paixão, não um produto."

Apesar do sonho da microcervejaria ter se concretizado somente em 2004, a paixão pela bebida é bem mais antiga e pode ser exemplificada pela iniciativa de Marco Falcone em produzir cerveja caseira no ano de 1988. Naquela época, a cerveja era produzida para consumo próprio e da família Falcone. Interessante é saber que Marco Falcone visitou no ano de 2004 a cidade de Fortaleza no Ceará, onde nasci e moro. Nesta oportunidade ele conheceu as instalações da microcervejaria local, a Lupus Bier, e contratou o seu mestre cervejeiro, Evandro Zanini.

A Falke já produzia os chopes Pilsen, Red Baron e Ouro Preto, além da cerveja Falke Tripel Monasterium, elogiadíssima e com um processo de produção interessantíssimo. Em outro post descreverei a produção e degustação da Tripel Monasterium. Agora, temos o lançamento comercial para todo o Brasil de duas novas cervejas. A Ouro Preto é a versão engarrafada do chope. O interessante sobre esta cerveja, uma Schwarzbier, é que os maltes utilizados nela são torrados na própria cervejaria. A outra cerveja é a Estrada Real IPA. A Estrada Real era uma rota de escoamento das riquezas exploradas nas Minas Gerais para o litoral na época do Brasil Colônia nos séculos XVII, XVIII e XIX. Hoje, essas rotas são exploradas pela indútria do turismo local de forma a proporcionar o contato com a história e a natureza do local. A Falke Bier quis criar uma cerveja que combinasse com o conceito da Estrada Real. Foi escolhido o estilo India Pale Ale (IPA), cervejas criadas pelos ingleses na época da colonização da Índia no século XVIII com maior conteúdo de lúpulo e maior teor de álcool para aumentar a durabilidade da bebida. Acredita-se que esta seria a cerveja ideal para o consumo dos desbravadores dessas rotas naquela época.

Graças ao amigo e blogueiro Rodrigo Lemos do Beer Architecture pude degustar essas cervejas da Falke Bier.


Falke Bier Ouro Preto - Schwarzbier, Lager, 4.5%ABV, garrafa 600ml.

Cor: Marrom escura, reflexos vermelho rubi.
Espuma: Boa formação e média duração, cor bege, boa consistência, deixa muitas marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, torrado, café, chocolate.
Paladar: Malte, doce, torrado, café, chocolate, caramelo, médio amargor, corpo médio, leve acidez, final doce.

Boa cerveja. Agrada muito a presença marcante de maltes torrados, lembrando café e chocolate. O amargor está presente e parece ser potencializado pelo torrado. O pessoal de Minas Gerais está de parabéns por esta cerveja.


Falke Bier Estrada Real IPA - India Pale Ale, Ale, 7.5%ABV, garrafa 600ml.

Cor: Cobre, límpida.
Espuma: Boa formação e duração, cor bege clara e boa consistência, deixando marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, caramelo, lúpulo.
Paladar: Malte, doce, caramelo, lúpulo, leve cítrico, amargor final com boa duração, corpo médio/alto.

Boa cerveja. Lembra bem algumas cervejas inglesas. Boa presença de maltes caramelados e o amargor do lúpulo. O aroma também apresenta bons toques de lúpulo. Acredito que para uma IPA, que deve ser bem lupulada, poderia ter até um pouco mais de aroma e sabor de lúpulo. Mesmo assim, a cerveja está bem gostosa.

12 fevereiro 2009

Cantillon Lou Pepe Kriek - As Lambics


A Brasserie Cantillon é uma empresa familiar e foi fundada no ano de 1900 na cidade de Bruxelas na Bélgica. Apesar da grande maioria das cervejarias no mundo se concentrar na fabricação de Ales e Lagers, ou seja, cervejas de alta e baixa fermentação, na Cantillon o único foco da produção está em cervejas tradicionais e únicas onde o fermento não é adicionado de forma intencional pelo fabricante. Estas cervejas são conhecidas como Lambics e podem ser consideradas uma terceira categoria de fermentação de cervejas. O nome Lambic provavelmente derivou da cidade de Lembeek, onde acredita-se que a família Cantillon fabicava cervejas nos idos de 1700.

As Lambics são feitas com cerca de 70% de cervada malteada e 30% de trigo não malteado. O lúpulo também faz parte da receita, mas de forma bem incomum. Enquanto a maioria das cervejarias procura utilizar lúpulo fresco para fabricar cervejas, nas Lambics é utilizado lúpulo seco e velho, com pelo menos 3 anos. A função do lúpulo nestas cervejas não está em adicionar amargor e aroma, mas em aproveitar suas características conservantes. Os microorganismos responsáveis pela fermentação deste tipo de cerveja estão presentes no ar da região de 25Km² no entorno de Bruxelas, o vale do rio Senne. Após a fervura, a cerveja é resfriada em uma espécie de piscina aberta permitindo o contato dos fungos e bactéria selvagens presentes no ar com a cerveja, que fermenta de forma espontânea. Foram identificados em torno de 86 microorganismos diferentes em cervejas Lambics, mas os mais significativos são o Brettanomyces Bruxelliensis e o Brettanomyces Lambicus. Após o início da fermentação, a cerveja é acondicionada em barris de carvalho, alguns até mesmo já usados para vinhos, que permanecem não selados. A partir daí a cerveja é maturada por 1, 2 ou 3 anos, para depois ser utilizada na fabricação dos variados tipos de Lambic. São cervejas bem ácidas e únicas devido aos microorganismos responsáveis pela sua fermentação.

Além da Cantillon, existem outras tradicionais cervejarias belgas que produzem cervejas Lambic como Boon, 3 Fontaine, Girardin, Belle-Vue, Lindemans, Timmermans e De Troch. Os pricipais tipos de Lambics são a Gueuze, uma mistura de Lambics novas e envelhecidas, a Lambic pura, que não é misturada, a Faro, que é adoçicada e mais leve, e as Fruit Lambics, que são uma mistura com frutas ou xarope de frutas como cereja, framboesa, pêssego, damasco, cassis, uva, morango, banana, maçã, abacaxi e outras.

As cervejas da Cantillon pode ser encontradas em garrafas do tipo champanhe de 375 ou 750ml curiosamente fechadas com uma tampa do tipo coroa e uma rolha de cortiça por baixo.

A tampa metálica.

A rolha logo abaixo.

A rolha removida.

A Cantillon é conhecida por fabricar as Lambics mais tradicionais e assertivas. Lá podemos encontrar os seguintes tipos de Lambic:

Gueuze: Blend de Lambics com 1, 2 e 3 anos. A Lambic nova contém açúcares necessários para a refermentação na garrafa. Esta cerveja tem a aparência de um espumante.
Kriek: Uma fruit Lambic com adição de cerejas ácidas. As cervejas são adicionadas nos barris junto com Labics e o açúcar das cerejas inicia uma nova fermentação. A cor rosada das cerejas é incorporada na bebida.
Rosé de Gambrinus: Leva o mesmo processo de fabricação da Kriek mas com adição de framboesas.
Grand Cru Bruocsella: É a lambic pura, sem ser misturada.
Iris: Feita somente com malte Pale Ale e metade do lúpulo utilizado é fresco. Após dois anos a cerveja leva uma nova carga de lúpulo. Ela é diferente das outras Lambics por ter o sabor mais caramelado e amargo.
Vigneronne: Com adição de uvas moscatel.
Saint Lamvinus: Com adição de uvas merlot e carbenet-franc em barris de vinho bordeaux.
Fou'Foune: Com adição de damascos.
Lou Pepe: Nestas cervejas são escolhidas as melhores produções e são utilizadas normalmente Lambics de 2 anos onde podem ser adicionadas cerejas (Kriek) ou framboesas (Framboise) ou podem ainda permanecer como uma Gueuze. A adição de frutas é 50% maior nestas cervejas.

Curiosamente, o nome Lou Pepe significa vovô no sudoeste da França, região muito visitada pela família Cantillon.


Cantillon Lou Pepe Kriek 2002 - Fruit Lambic, Lambic, 5%ABV, garrafa 750ml.

Cor: Cor vermelha/rosada, reflexos alaranjados, turva, presença de sedimentos. Lembra um vinho rosê turvo.
Espuma: Baixa formação e duração, cor rosada, fino perlage, lembrando um champanhe.
Aroma: Ácido, avinagrado, cerejas, leve salgado.
Paladar: Ácido predominante, avinagrado, cerejas, leve salgado, final azedo e prolongado, carbonatação evidente, seca.

Boa cerveja. Diferente de tudo que já tive oportunidade de provar. Ocorre uma explosão de sabores ácidos por todos os cantos da boca. O aroma não é tão extremo, é fino e bem agradável. O paladar é extremo, muito bom. Provoca cada célula das minhas glândulas salivares. A boca enche de saliva após cada gole. Esta é uma bebida que pode assustar muitos. Parece ser um daqueles casos de amor ou ódio. Eu gostei muito e não vejo a hora de degustar outras produções desta cervejaria. Recomendo que seja tomada em pequenas quantidades, pois sua acidez extrema pode dificultar a ingestão em grandes quantidades. Uma garrafa de 750ml pode ser dividida entre 3 ou 4 pessoas tranquilamente. Como uma curiosidade, depois de 5 dias a rolha ainda possui o aroma delicioso desta cerveja.

Nas próximas postagens devo descrever a Belle-Vue Kriek, uma Lambic com apelo mais comercial outrora encontrada no Brasil.

Veja outras Labics, incluindo a Belle-Vue Kriek, clicando aqui.

08 fevereiro 2009

Harviestoun Bitter & Twisted, Schiehallion e Old Engine Oil


A cervejaria Harviestoun foi fundada em 1984 por Ken Brooker, um antigo empregado da Ford Motor Company, e Eric Harris em uma fazenda perto de Dollar no centro da Escócia. Em 2004 a cervejaria foi transferida para a cidade de Alva e em 2006 foi comprada pela cervejaria Caledonian.

No início a cervejaria foi instalada em um antigo celeiro de pedra na fazenda e um rato fazia companhia ao mestre cervejeiro durante a fabricação das cervejas. Esse rato ganhou o nome de Harvie, virou mascote da cervejaria e está presente no rótulo da cerveja Bitter & Twisted.

Podemos encontrar no Brasil, além da Bitter & Twisted, a Schiehallion, nome de uma montanha na Escócia que serviu de inspiração para esta cerveja e a Old Engine Oil. O nome desta cerveja surgiu a patir da obseravção de Ken Brooker sobre a textura desta cerveja, que lembra óleo velho de motor, bem viscosa.

Estas três cervejas são ganhadoras de prêmios e entre eles podemos citar:
Bitter & Twisted:
2008 - Medalha de Ouro no Great Taste Awards.
2007 - Melhor Ale do Mundo pelo World Beer Awards.
2005 - Medalha de ouro no Estilo English-Style Bitter no European Beer Star.
2003 - Melhor cerveja do Reino Unido e melhor Bitter pelo CAMRA (versão em barril).

Schiehallion:
2008 - Melhor Pils/Pilsner no World Beer Awards.
2004, 2002, 2001, 2000 - Medalha de prata para Speciality Beer pelo CAMRA.
1999, 1998, 1997 - Medalha de ouro para Speciality Beer pelo CAMRA.

Old Engine Oil:
2008 - 2 estrelas de ouro no Great Taste Awards.


Bitter & Twisted - Bitter, Ale, 4.2%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Dourada, límpida.
Espuma: Baixa formação e duração de espuma, de cor branca, dura até o final com uma fina camada e deixa marcas pelo copo.
Aroma: Lúpulo, cítrico e frutado (laranja, limão), malte, doce.
Paladar: Malte, doce, lúpulo, cítrico e frutado (laranja, limão), bom amargor final, seco e durável, média carbonatação e corpo médio.

Boa cerveja. Deixa um gostinho bom na boca. Seu nome descreve exatamente a reação que ela provoca na boca: amargor e um toque cítrico de um limão expremido. Apresenta bom aroma cítrico, lembrando laranja e limão.


Schiehallion - Pilsner, Lager, 4.8%ABV, garrafa 500ml.

Cor: Dourada, límpida.
Espuma: Boa formação e média duração, cor branca, boa consistência, deixa leves marcas pelo copo, dura até o final.
Aroma: Lúpulo, malte, doce, cítrico (tangerina), floral.
Paladar:Malte, doce, lúpulo, cítrico, amargor final seco e prolongado, alta carbonatação refrescante e baixo corpo.

Boa lager. O lúpulo está bem presente e se destaca mais no aroma. Paladar fino e leve, mas o amargor final é delicioso.


Old Engine Oil - Old Ale, Ale, 6%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Preta, opaca.
Espuma: Alta formação e média duração, cor bege escura, belíssima consistência, deixando leves marcas pelo copo.
Aroma: Malte, doce, chocolate, queimado, lúpulo.
Paladar: Malte, doce, chocolate, queimado, lúpulo, amargor final pronunciado e duradouro, ótimo corpo.

Ótima cerveja. Caráter forte e com aroma e sabor claros de chocolate amargo e um torrado mais forte, mais para queimado. A presença do lúpulo é muito boa, principalmente no sabor com um amargor intenso e delicioso. Na minha opinião a melhor das três.

01 fevereiro 2009

Gulden Draak e a história do dragão dourado



Esta é mais uma cerveja da Brouwerij Van Steenberge e também é refermentada na garrafa assim como outras produções desta cervejaria belga.

O nome Gulden Draak significa dragão dourado e foi inspirado na estátua de um dragão dourado que fica no alto da torre do relógio e campanário na cidade de Ghent. Originalmente a estátua foi um presente do rei norueguês Sigrid Magnusson para o Imperador de Constantinopla, hoje Instambul na Turquia, durante a cruzada de 1111. As influências escandinavas são claramente percebidas na estátua, pois o dragão tem o formato de um navio Viking. Aproximadamente um século depois, em outra cruzada, Boudewijn IX, conde de Flandres, se tornou Imperador de Constantinopla e gostou tanto da estátua que a enviou para sua cidade Biervliet, uma vila ao norte de Ghent. O interessante é que o nome Biervliet significa fluxo de cerveja. No ano de 1382, as cidades de Bruges e Ghent travaram uma batalha por esta estátua e desde esta época ela não saiu mais de Ghent.

Torre do relógio e campanário de Ghent.


Estátua do dragão dourado no topo.

No Reino Unido eles costumam classificá-la como uma Dark Barley Wine , mas seu estilo é o Belgian Dark Strong Ale, um dos meus prediletos pela sua riqueza e complexidade. E é exatamente assim que a Gulden Draak se revela na degustação. Deliciosa! Justificando os prêmios que já conquistou, entre eles:
Melhor cerveja no Holland International Beer Festival (1995).
Medalha de Prata entre Dark Ales no The California Microbrew Beer Festival (1995).
Medalha de Prata no International Beer Competition de Chicago (1996).
Melhor cerveja do mundo pelo American Tasting Intitute (1998).


Gulden Draak - Belgian Dark Strong Ale, Ale, 10.5%ABV, garrafa 330ml.

Cor: Marron escura, turva.
Espuma: Alta formação e duração, cor bege e ótima consistência, deixando marcas no copo.
Aroma: Malte, doce, fermento belga, frutas escuras (ameixa, passas), torrado, caramelo, toffee, chocolate, picante, álcool.
Paladar: Malte, doce, fermento belga, frutas escuras (ameixa, passas), torrado, caramelo, toffee, chocolate, picante, álcool, amargor, final doce e picante, ótimo corpo.

Ótima cerveja. Perigosa. Fácil de tomar e com uma potência alcoólica de 10,5%. O corpo é execelente, licoroso. A espuma é linda e duradoura. O que melhor se destaca nesta cerveja é a complexidade, com aromas e sabores equilibrados e fáceis de serem notados. Ela possui um caráter marcante em todos os sentidos: bem maltada, bem frutada, bem fenólica e bem alcoólica. O álcool, apesar de ser bem presente, não agride em momento algum. Uma cerveja que vale cada centavo investido. Sou suspeito ao falar, pois é o estilo que mais me agrada.

Leia mais sobre a história da cervejaria Van Steenberge e a degustação da cerveja Piraat clicando aqui.

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